Pra Quê Palavras?
As palavras nos limitam
São pobres ou muito curtas
São faces nunca desnudas
Da verdadeira expressão
Quando grande é o sentimento
O alfabeto é muito pouco
As frases viram um sufoco
Sem nos dar rumo ou direção
É aí que entra o olhar
O sorriso, o corpo quente
Para dizer que entre a gente
Há muito forte a emoção
Quando os olhos se encontram
E o brilho nos reflete
A verdade se esclarece
Sob a forma de paixão
Quando o sorriso se equipara
Tanto ao meu quanto ao seu
Sabe que se compreendeu
O firme elo desta união
Quando os corpos se encontram
Aquecem juntos frio de saudade
Não se desfazem da liberdade
Tampouco divergem a compaixão
Palavras são poucas demais
Nem sequer focam o meu sentido
Preciso lhe mostrar bem mais preciso
De fato o que sente meu coração
Por isso cruzo olhar contigo
Sorrio, lhe aqueço, lhe desejo
Pois quando grande é o sentimento
Nunca escute o que eu digo
Espere a voz que sai por dentro
Lhe dizer, em seu ouvido
O quanto doce é seu beijo
O quanto é bom cada momento
O quanto é forte a emoção
Paixão Profissional
Sem que doa o meu refúgio
Do prazer de um sono amado
À delícia da ideia surgida
Significa que sou grato
Ao destino concedido
Pelo fruto já colhido
De um trabalho compensado
Já não fujo deste medo
De sofrer pelo ocorrido
Ao qual senti-me abatido
De perder um tanto cedo
Um futuro planejado
Já não choro sem sentido
Por fracasso surpreendido
Nem por estar pouco mais longe
Do meu destino ontem esculpido
Previamente desenhado
Agora sou mais que desejo
Larguei de mão meu iludido
Sou processo e satisfação
Por um enorme aprendizado
Perdi o infantil da esperança
Porém ganhei educação
De certa forma, o que era criança
Em mim tornou-se superação
Eu agradeço por ter errado
E condenado à perseverança
Pois sei que agora em mim avança
Um sentimento de ter lutado
E compreendido a relevância
Da coerência e da relação
Que agora unidas desde então
Criaram um perfil de liderança
Confirmando a base da minha paixão
De amar minha carreira, e muito obrigado
Mesmo que pese o resultado
Sei que eu já venci
Por ter um maior controle
De tudo que está por vir
Então me sinto relaxado
Mas nem um pouco desleixado
Se perdi músculo noites acordado
Ganhei neurônios eletrificados
Que servirão para dar a luz
A brainstorms mais apurados
E o novo destino eu já propus
Mas nem por isso esperarei sentado
Lutarei sempre para poder crescer
Tornar-me gigante pelo que me conduz
Tornar-me forte pelo carregado
Fazer da sorte somente um agrado
Abusar do corte como a cicatriz
De quem já teve com o que sofrer
Hoje aprendi,
Que só depende de mim,
Fazer acontecer
O que eu havia sonhado.
Acordado De Verdades
Percebo o vão tão agravante
De um sonho transparente
Vivo a fé do militante
Ou a crença do engenheiro
Num navio de cabo armeiro
Vivo a dor da alegria
Piso em mar na rodovia
Me encolho na estante
Não há lúcida utopia
Que me acenda a luz farsante
De uma vida sem veleiro
Que me leve ao consciente
Vivo à flor da meia idade
Mas não digo a muita gente
Meu sintoma da verdade
É o próprio inconsciente
E se luto ferozmente
À defesa do atacante
Fico sempre mais distante
Desta pobre realidade
Já que pronto eu estou
De acordar da minha mente
Dormirei daqui pra frente
Abrindo os olhos com vontade
Cegando à luz do mundo inteiro
Descrente da Sociedade
Mudar Um Desafio
Da possível pedra lisa
Que fará cair sob o vazio
O meu corpo
Se estou no alto sinto frio
Não percebo a delícia
De sentir que me surgiu
Da vida, um sopro
Por este árduo desafio
Espero são continuar de novo
A minha fé não padeceu
Mas mereceu mudar um pouco
O que me aflige é não estar só
E mesmo assim carecer abrigo
Só não quero criar um nó
Num laço tão bonito.
Duas e Meia do Amanhã
Muito fácil de entender
Que não me deixou dormir
Não sei bem se era sonho
Na verdade, quero dizer
Não sei nem se eu sorri
Ou a fantasia me fez crer
Que, no meu sonho, eu vivi
Tão mais feliz ao conhecer
Tão mais sincero ao me iludir
E acordei sobre o vazio
Não entendendo a amplidão
De tanto amor, por que sozinho
Me sinto agora ao meu colchão?
Já foi mais fácil viver a mim
Sem quem firmar elo união
Mas com esse sonho, redescobri
Que o meu desejo é um coração
Capaz de ouvir e me sentir
Sem intuito de me possuir
Mas possuindo minha paixão
Eu acordei e não entendi
Se sorri ou lacrimejei
Porque, de fato, eu mesmo sei
O quanto espero por ser feliz
Com um alguém que eu sempre quis
Mas nunca ao menos encontrei
Agora volto a dormir
Sem medo do que irei sonhar
Pois a emoção que me faz rir, também me faz chorar
E, não que chegue a incomodar,
Mas é tão chato esperar aqui
Por um coração capaz de ouvir, me possuir
Me apaixonar
Expresso Amigo
Atue às horas em que for feliz
Quando é difícil de agir
Pense naquilo que você sempre quis
Porque é mais fácil refutar
A própria vida quando ela não diz
Os caminhos que lhe fazem procurar
Por um atalho inexistente aqui
Se for mais fácil pra mudar
Prepare tudo antes de olhar as horas
Para não agir sem demora
Para entender o que o aflora
E saber crer no que lhe salva
De todo perigo que, lá fora
Parece doce mas lhe salga
Ou de tão vil já lhe devora
Sem tempo para reagir
Se perde o fruto da saudade
Esquece as mágoas que permutam
Entre a tristeza que lhe dão
E a certeza que lhe roubam
Se ganha o fruto da amizade
Floresce as mãos que lhe ajudam
Bem carregadas de paixão
Capaz de amarem a quem lhe encantam
Com muita dó e piedade.
Braço Amigo
Não pense nunca em esquecer
Todo o bem que já vivemos
Se for difícil entender
Basta ver
Que nós crescemos.
Flecha Sem Direção
Cegueira
Para Os que Têm.
Em Festa de Penetra não entra Convidado (Canção)
Sono Lento
Não é
Não é a dor que me disseca
Tampouco o ar que me renova
O que me muda ou me transforma
É a realidade da nova guia
Sou o mesmo de sempre, e não importa
Se há controvérsias do meu estilo
Sou um pouco aqui e um pouco ali
Eu me contorno a qualquer presença
Me faço igual ou diferente
Minha face é máscara de tanta gente
Mas mesmo assim não me comporto
Com o coração sou eu mesmo sempre
Para uns há luz, outros escuridão
Para poucos há raiva, outros paixão
Para muitos há névoa, outros viagens
Para todos há o mesmo, mesmo que pareça invenção
Não é a cor que me rotula
Tampouco a voz que me inova
O que me muda ou me transforma
São as amizades da minha vida
O Desentendido
Por Mais Sempre Haverá
Num, somos Dois
A Brisa
Não Deixe
Não deixe de seguir seu caminho
Rasgar livros mal escritos
Impedir os gritos do vizinho
Livrar-se do mal sozinho
Não deixe de sentir frio
De sentir o calor do vazio
De esvaziar as águas do rio
De viver por um fio
Não deixe de pensar
De plantar, deixar crescer
Reproduzir e morrer
Não deixe de amar
Não deixe de resolver
Seus piores medos, problemas
Ou deixe para depois resolver
Mas não esqueça-os debaixo da cama
Não perca por esperar
Um novo caminho a trilhar
Não deixe de andar
Enquanto se deixa levar
Pelo ar.
Ando, Sigo
Não sei ao certo
Se há realmente
Uma vida na gente
Capaz de preencher o deserto
Estendo o complexo
Da razão ao desconexo
Do vago ao repleto
De um deserto incompleto
Não entendo o consciente
Me confunde, brinca comigo
Me desentende, finge de amigo
E depois some completamente
Estendo a minha mão para o ar
Em busca de algo encontrar
De algo aparecer
À minha personalidade
Enfrento o coração, tento acelerar
O ritmo do batimento
Só para evitar
Que ele pare em algum momento
Tento conhecer a verdade
De como sopra o vento
Da minha vida
Tento resgatar a saudade
Da minha memória esquecida
Tento dar a face desentendida
Ao prazer
Tento argumentar com uma cor desconhecida
O quanto estou cego pra ver
Apago as chamas do comodismo
E reacendo a fogueira do risco
Pois este estou pronto para correr
Me surpreender
Comigo.