Devaneios de Um Segundo

Pra mim chega.
Não é possível que toda esta maresia engula a minha vontade de crescer. Ninguém me dirá o que preciso para me tornar quem eu quero e posso ser. Se há frutos escondidos nesta árvore de decepção, que eu os encontre e me delicie sob um sabor de motivação. Não houve em sequer algum momento sinal de euforia neste desprezo que me amargura por pura melancolia. Se me entendo, talvez, por gente inocente, sedenta de mudanças, quem dirá quando eu me tornar alguém com quem não me importe a lembrança. Aquilo que sou se estende agora naquilo que penso viver. Mas vivo ainda pobre do que almejo conhecer. Procuro outra luz que ilumine a minha visão, sobre o caminho por qual eu ando sem que me ocorra a indecisão. O importuno que me agrada não se encontra mais em mim. Talvez eu julgue cedo demais o que parece ser o fim. Quem me dera, sinceramente, estar à frente da realidade e conformar-se de repente com a minha sensibilidade em intuir aquilo que me corresponde à precisão: onde estou não há mais frutos que me satisfaçam a digestão. E se houver ali tampouco algo que forneça claridade, me jogo em cima e sonho alto, pois estou à margem da insanidade. Quero, de vez, encontrar a mim bem como sou, sem que o fim me cumprimente, mas que enfim a minha mente esteja sana e consciente do que vier daqui pra frente. Pois meu indiferente coração pede triste por um motivo que me levante da escuridão.
Pede um caminho transparente.

Eu tenho um coração

Eu tenho um coração
Despedaçado entre grãos
Que já voaram ou se lançaram
Sob toda a multidão

Eu tenho um coração
Que nem parece de verdade
Deixado à promiscuidade
Se enfraquece por vaidade

Eu tenho um coração
Que não bombeia o meu sangue
Apenas espera que se estanque
Esta minha sede de paixão

Eu tenho um coração
Divido entre mil grãos
Perdidos sob o ar

Que se espalhou à sociedade
Sem me deixar a emoção
De amar

Quem me dera o coração
Voltar ao meu controle
Dizer-me que sou livre
Para você encontrar
E pra sempre lhe mostrar
Que não há sequer um alguém
Mais forte que detém
O meu amor a se fechar

Por você e mais ninguém.

Criação (Música)

Pode ser a luz ineficaz
Para iluminar o seu dever
Por um momento
Porém nunca será demais
Esse tempo

Por isso jamais
Se conforme em lamento
Pois a ideia virá
Com o vento
E iluminará todo o seu sofrimento
Em paz

A ideia, quem faz realmente
É o nosso pensamento inconsciente.