Levo em mim o que de mim sobrou
Resta em mim o que de mim prestou
Pesa em mim o que você deixou
Volto a mim como quem eu sou
Quando olho pra trás
E vejo vocês
Percebo que estou
Num colchão de retalhos
Quando penso demais
Me vejo xadrez
Lembrar, sempre irei
De cada aniversário
Meu primeiro amor
A quem tanto errei
Foi quem me deixou
De maneira tão Prudente
Minha primeira conexão
Que tanto admirei
Foi quem Aliciei
A seguir um caminho diferente
Minha primeira união
A quem me identifiquei
Construiu quem me tornei
Como a raiz de um Carvalho
Minha primeira calmaria
A quem fingi não amar
Mal sabe o quanto a amei
E nunca Iria me perdoar
Minha primeira certeza
Minha primeira certeza
A quem não vi com clareza
O espinho da rosa espetar
A quem confundi sua tristeza
Sem saber como lidar
O que éramos, onde Tá?
Deixei e recebi um tanto
Como a lei natural dos encontros
Então carrego este colchão
E amo cada retalho
Sei que fui falho
Mas dei o meu melhor
Por isso guardo este colchão
Cheio de vida, mágoa e amor
Ah, se vocês soubessem
Como eu passaria a noite contando
Todas as nossas histórias
Ah, se eu mesmo pudesse
Mostrá-las cada memória
Que guardei com dedicatória
A verdade é que estou morrendo
E elas morrerão comigo
Porque sei que pra vocês
Sou esquecido
Mas espero que um dia
Minhas palavras virem fantasia
E nossas memórias sejam a prova
Do quanto amei em demasia