Verdade Ilusória

A reconstrução do corpo se torna difícil
Quando as cicatrizes abrem cada vez mais
A restauração da mente se torna impossível
Quando o inconsciente mistura guerra com paz

Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais

O ilusório se torna presente
Quando o sonho se instala na mente
O sóbrio não existe no dicionário da gente
O sóbrio não sente

Quando uma faca rasga a pele
A cicatriz não se dissolve ao tempo
Ela permanece e nunca sai
A dor passa mas a marca não se vai

Os olhos são as janelas da alma
O tempo é anestesia do consciente

Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais

O sonhos se abrem ao infinito
Ninguém escolhe um sonho bonito
Eles vêm como obrigação do destino
Tomam o corpo e a mente

Sonhos não mentem
Sonhos só são misturas do passado
Com as verdades do presente
E os desejos do futuro

Olhos não sentem
Apenas observam o teatro
Não sabem o que é frio, ou quente
Nem mesmo se é macio, ou duro

Olhos apenas observam o teatro
Mostram-nos a verdade concreta
A razão

Sonhos teimam em nos fundir ao irreal
Mostram a saudade incerta
Ilusão

Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais

Sonhos misturam Guerra com Paz.

Inverno (Tradução de Winter)

Inverno

Folhas que decaem sobre a cidade

Neves que gelam a divindade

Árvores secas sem vida

Ruas sombrias, frias, calamidade

Se o certo concluir o real

E tudo o que houver se formar

Ideal

Se o certo concluir o real

E tudo o que virar

Surreal

Mais formas de vida

Atuando e marchando para ilusão

Sem coração, nem paixão

Justas formas despercebidas

Mas por concessões se transformam

E as livres grades estão queimadas

Pelas faces do inverno fortificadas

Chorando lágrimas de pedra gélidas

Inverno

Folhas que decaem sobre a cidade

Neves que gelam a divindade

Árvores secas sem vida

Ruas sombrias, frias, calamidade

Eu vejo o dicionário da ilusão

Vejo palavras sistemáticas da divindade

Eu vejo o dicionário da realidade

Vejo palavras sistemáticas de difusão

Decepção (2)

Vem, meu amor
Chora em meus braços
Chora o elo de seu amado perdido
Chore a dor dos prazeres escassos

Eu não lhe digo: Pare!
Pois por mais que eu fale,
Usas em mim a indiferença ardida

Ao meu ouvido: Chore!
Pois por mais que sare,
Não morrem aqui suas lembranças de vida

Agora largo meu ombro, Deixo-lhe ao chão
Rogo praga ao lembrar de tua ingratidão
Cuidei de ti, sofri, lhe ofereci paixão
Hoje não peça nem que aqueça o teu frio colchão

À tua morte, digo forte
Que por ti chorei em vão
Ninguém condena a própria sorte
Por medo de azaração
Mas a alma verdadeiramente forte
É aquela que cospe e não cai no chão
É aquela que usa o doce do mar
Para salgar a razão
É aquela que se faz de exata para amar
E se perde na mais vil ilusão
É aquela que se estreita no vasto deserto
E procura espaços num cerrado
O verdadeiro corpo não é o que se faz de esperto
É o que sabe a diferença do certo
E do errado.

Lágrimas de Granito

Queria, de fato
Comparecer à reunião
Das quatro estrelas
Do Apocalipse

Queria, de fato
Entender a razão
De nascimento e morte
Do crescimento à fonte

Queria, de fato
Conhecer os ideais
De quem sofreu por nada
E morreu na estrada
Do destino

Queria, de fato
Realçar meus desejos
De curiosidade
Saber a diferença de particular
E comunidade
De cidade... e distrito

Queria, de fato
Aprender a chorar
Para realçar minha lágrimas
De granito

Queria realçar minhas lágrimas de granito
Queria até demais
Queria abrir as portas do infinito

Winter (Alemão)

Blätter der Rückgang auf der Stadt
Neves, den sie die Göttlichkeit lähmen,
Trockene Bäume ohne Leben
Straßen schattig, kalt, Unglück

Wenn das Recht das Real schließt,
Und alles, was es gibt, wenn es sich bildet,
Ideal
Wenn das Recht das Real schließt,
Und alles der sich zu drehen
Surreal
Mehr Leben bildet sich
Das Handeln und das Marschieren für Illusion
Herzlos, noch Leidenschaft
Schöne unbemerkte Formen

Aber für Zugeständnisse, die sie sich verändern,
Und das freie Knirschen wird verbrannt
Für die Gesichter des Winters befestigte
Das Bedauern von gefrorenen Steintränen

Winter
Blätter der Rückgang auf der Stadt
Neves, den sie die Göttlichkeit lähmen,
Trockene Bäume ohne Leben
Straßen schattig, kalt, Unglück

Ich sehe das Wörterbuch der Illusion
Ich sehe systematische Wörter der Göttlichkeit
Ich sehe das Wörterbuch der Wirklichkeit
Ich sehe systematische Wörter der Ausbreitung

Luxúria

Em minha pele arde o seu desejo
De sentir o inexplorável
Em meus olhos cega-me a vista
Do imaginário óbito muro
Teu cheiro estiga uma paixão quente
Em meus ouvidos: um sussuro
Meu tato se torna freqüente
Num crescente sonido fino
A sua voz tende a fraquejar
Tal como quando as badaladas do sino
Se tornam fortes e voltam a parar
Em um ritmo conjunto e único
Se liberta o segredo da maternidade
Que morre sem destino
Interrompidas pelo prazer da mocidade
Que vão secando... sumindo.

Ir Mão

Me diga, irmão
O que te aflige afinal?
Me mostre a razão do seu mal
Me mostre sua história
O que destrói a sua glória?

Me diga, irmão
Quem sabe eu não aprove
As lágrimas que escorrem desde ti
Ao meu coração
Me diga, então

O que lhe dói também me destrói.
Sua pele te cobre apenas o superficial
Não te cobro nada, apenas me diga
O que te aflige, afinal?
Meu irmão.

Quando você se expressa, eu me estresso
Por saber que algo lhe incomoda
Posso sentir que estás triste
Me mostre a razão do seu mal. Te peço
Me mostre a destruição de sua glória
A causa da sua lamúria.
O porquê da tua fúria.

Quando você se perde, eu lhe encontro
Mesmo sem saber o caminho, mostro-lhe e sigo
O vazio para nós é muito melhor juntos
Eu me perco apaixonado por você, amigo.

Me perco quando te olho, e me sinto bem
Me perco quando te ouço, escuto a tua voz
Me perco pensando em um dia: só nós
Juntos na maresia, juntos nas folias
Juntos no infinito que passa veloz.

Eu te amo, irmão.
Pelas mãos e contramãos
Por estarmos sempre sãos
Por sabermos que, na amizade, há paixão
E, de verdade, eu sinto sofridão
Quando fica semanas, meses, fora.

Às vezes estás tão perto fisicamente
Mas tão longe psicologicamente
Às vezes quero te dizer pessoalmente
Só para estar contigo, novamente.

Você está na minha mente, irmão.
Sempre.
Portanto,
Me mostre a razão do seu mal
Me mostre sua história
O que destrói a sua glória?
O que te aflige afinal?

Conte comigo,
Me conte, amigo
Eu não sigo o caminho sozinho
Quando você se perde, eu me perco também.
Pois és as minhas pernas,
E eu não vou mais além do que a sua ida
Eu só estou bem se estás sem ferida
E posso curar sua vida
Apenas com o olhar da amizade
Portanto, me diga...
O que te aflige de verdade?

Não aguento a sua dor
Arde em mim o que lhe destrói
Posso curar o que te dói
Com Amor.

Me diga, irmão.
Nada será em vão.
Quero saber o que lhe faz mal

Me diga, então.
O que há em seu coração
O que te aflige, afinal?

Ventania

O vento se move, não por instinto próprio
Para cada ventania, há o balanceio de uma mão
Que da simples calmaria, se torna um furacão.

Não se iluda à melodia
Da mais triste e vil canção
Cante alto... E sorria
Por ter voz e coração.