A reconstrução do corpo se torna difícil
Quando as cicatrizes abrem cada vez mais
A restauração da mente se torna impossível
Quando o inconsciente mistura guerra com paz
Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais
O ilusório se torna presente
Quando o sonho se instala na mente
O sóbrio não existe no dicionário da gente
O sóbrio não sente
Quando uma faca rasga a pele
A cicatriz não se dissolve ao tempo
Ela permanece e nunca sai
A dor passa mas a marca não se vai
Os olhos são as janelas da alma
O tempo é anestesia do consciente
Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais
O sonhos se abrem ao infinito
Ninguém escolhe um sonho bonito
Eles vêm como obrigação do destino
Tomam o corpo e a mente
Sonhos não mentem
Sonhos só são misturas do passado
Com as verdades do presente
E os desejos do futuro
Olhos não sentem
Apenas observam o teatro
Não sabem o que é frio, ou quente
Nem mesmo se é macio, ou duro
Olhos apenas observam o teatro
Mostram-nos a verdade concreta
A razão
Sonhos teimam em nos fundir ao irreal
Mostram a saudade incerta
Ilusão
Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais
Sonhos misturam Guerra com Paz.