Dinheiro Não Lhe Faz Feliz

Você está buscando um meio, não um objetivo.

Sim.

Você tem grandes chances de estar desesperado andando por um caminho infinito sem ter uma ideia exata do que alcançar. Você está confundindo uma meta com uma ferramenta. Seu objetivo, na verdade, não passa de um meio. Cada hora do seu dia, cada dia da sua semana, você sai em busca da ferramenta. Mas nunca em busca da meta. É por isso que, toda vez que você tem a ferramenta em mãos, fica na dúvida do que fazer com ela. Você a procurou sem antes saber como ou no que usá-la. A sua vida inteira pode acabar se baseando no meio e não nos seus objetivos. Você pode se tornar mais uma daquelas pessoas frustradas que, em poucos momentos da vida (como uma sexta-feira ou um filme emocionante) consegue uma faísca de felicidade. Tudo isso simplesmente porque você está objetivando um meio, em vez de usar um meio para atingir seu objetivo.

Essa confusão está se tornando cada vez mais normal em todos nós. Se você for uma dessas pessoas que objetiva ganhar dinheiro acima de tudo, se encaixa perfeitamente nessa crise. O dinheiro não é um objetivo. É um meio. É o meio do século de se atingir vários objetivos. Quando objetivamos ganhar dinheiro estamos seguindo um caminho sem fim. Ter grana, por si só, não garante momentos de felicidade. Na verdade, ninguém sabe definir "felicidade". Mas todos a reconhecemos quando sentimos. A felicidade vem do cumprimento de nossos desejos. Para consegui-las, usamos diversos meios que facilitam o caminho até ela. Uma pessoa que adora tocar num luau, antes de mais nada, precisa de um instrumento ou coisa parecida - um violão talvez. Mas ter um violão sem tocá-lo não servirá de nada à sua felicidade. Assim como ter dinheiro sem usá-lo será igualmente inútil.

Inclusive, há outras formas de se conseguir o que quer além de dinheiro. Se você gosta de música e ganhou um violão de seu tio, vai deixar de ser feliz porque ele não foi comprado? Pois é. Além disso, ter um violão e não tocá-lo não lhe fará feliz. Tudo o que nós buscamos são momentos, não coisas. Nós não queremos dinheiro, nem queremos objetos. O que nós realmente queremos é usufruir dos momentos que passamos com isso, aquilo, ele ou ela. A Era do Capital nos transmite essa falsa sensação de que o dinheiro ou os ganhos materiais são nossas metas. Só que não. O problema é que, nesta era, essas ferramentas são muito úteis para conseguirmos recriar os momentos que nos fazem felizes. Mesmo assim, não podemos confundir o circuito com a linha de chegada, se não estaremos correndo eternamente em círculos.

Tenhamos isso em mente. Busquemos construir objetivos, determinar desejos, todos relacionados a momentos - para só depois pensarmos nos possíveis meios que facilitarão atingi-los. Se você acha que uma pessoa rica "não deveria reclamar da vida boa que tem" ou não entende quando vê um pobre feliz da vida, é porque ainda não compreendeu o quanto o dinheiro não é determinante de felicidade, mas sim os momentos que passamos com aquilo que gostamos. Espero muito que nossa geração consiga refletir mais sobre isso.

Portanto, de hoje em diante, desejarei a todos "Felicidades!" - pois o resto (dinheiro, amor...) são apenas meios de atingi-las. Você escolhe.