SAL dade

Olhos tão brilhantes
Não têm preço, nem pudor
Para pagar, basta amar
Para vestir, fazer amor

Destes olhos incandescentes
Eu retiro-lhe uma lágrima
Cavando a saudade no interior

Desta relação tão diferente
Eu me apego ao colo quente
Tapando a mágoa no seu frescor

Nem mesmo estas janelas
Da alma pura
Têm o poder da cura
Desta saudade

São estes olhos
Da fruta pura
Que adoçam a amargura
Da oportunidade

Queria eu me conectar à distância
Para novamente sentir a fragância
Do seu perfume corporal
Do seu sabor

Queria ter pernas mais longas
Para correr por estradas
E novamente beijar
O meu amor

Queria voar sem nem ter asas
Para re-colorir o arco-íris
Que a saudade descoloriu
O fazendo incolor

Quem sabe a lembrança seja um caminho
Para que eu aguente sozinho
Toda esta dor

Talvez nem precise do seu carinho
Pelo menos enquanto me distancio
Por somente lembrar do repousar em seu ninho
Acalentado por sua beleza
Afogado por quem me apaixonou

Mesmo assim espero muito a sua chegada
Não suportarei, só, esta saudade
Quero ver de novo a sua verdade
Em seus olhos brilhantes

Quero abraçar de novo
Esta reciprocidade
E voltar como era antes

Diz pra mim
Que está perto
O seu colo aconchegante.

Introdução à Poesia Social

Me desculpem o texto no lugar de uma poesia. Mas digo que este é só o prelúdio de um poema social:

Fato é que mais da metade de nossos impostos pagos vão para grandes empresas e corporações e voltam para nós com mais taxas e mais impostos. Ou seja, pagamos para pagarmos de novo. Instituições que deviam ser beneficiadas com grande parte de nossos impostos têm suas verbas desviadas ou simplesmente mal administradas. Isto tudo é fruto de um paradoxo que gera a contradição de objetivos entre governo-mercado-população. Enquanto que serviços básicos humanos deviam ter o objetivo de educar (ensino), deslocar (transporte) e alimentar (cesta básica), eles estão sendo substituídos - na verdade JÁ foram substituídos - pelo objetivo mercadológico empresarial que se importa com somente o fluxo de capital.
Este é o preço que pagamos por tentarmos transformar o social em capital. Mas não digo que tudo deve ser desenvolvido socialmente. O capital é NECESSÁRIO (principalmente por sua concorrência) para a evolução da qualidade e teconologia de vários setores como engenharia e saúde. O ideal é que tudo se equilibre, que os objetivos capitais sejam base em instituições capitais (empresas de telecomunicações, aparelhos eletrônicos, saúde, móveis etc) e que os objetivos sociais sejam base em instituições de desenvolvimento social (ensino, transporte, alimentação e moradia).