A Brisa

Ao alcance da paz espiritual
Corre em minhas veias um sangue morno
Sangue leve, mas não quente
Sangue livre, dentro da gente

Como uma brisa vem e refresca
Nos deita ao leito de um leite branco
Nos beija um beijo de puro encanto
Nos livra o sono em um manto duro
Transforma-o em fofo colchão de santo
Transmite-nos sonhos em um sussurro

Não mais com pés pisa o chão
Não mais as mãos cerram punhos
Somente só nunca mais será
Somente só, nunca mais então

Pouco vale a fé neste sentimento
Tal qual não resume um único momento
Tal tipo de brisa, diferente do vento
Compõe a nova era, um renascimento

Impossível taxar com pouca descrição
Efeito este que é tão simples, genial
Impossível atar agora livre as mãos
De quem sentiu a brisa do prazer imortal

Impossível, afinal
Não há como prender-se ao que se foi
Não há como render-se ao que virá
Não existe quem seja contra
Ao sensacional

Sinto as minhas asas e tenho pena
Daqueles não crentes deste prazer
Vejo a minha alma viver um dilema:
Nesta vida, Ser ou não Ser?

Eis a questão, já resolvida
Sinta a brisa
Para entender