Ando, Sigo

Não sei ao certo
Se há realmente
Uma vida na gente
Capaz de preencher o deserto

Estendo o complexo
Da razão ao desconexo
Do vago ao repleto
De um deserto incompleto

Não entendo o consciente
Me confunde, brinca comigo
Me desentende, finge de amigo
E depois some completamente

Estendo a minha mão para o ar
Em busca de algo encontrar
De algo aparecer
À minha personalidade

Enfrento o coração, tento acelerar
O ritmo do batimento
Só para evitar
Que ele pare em algum momento

Tento conhecer a verdade
De como sopra o vento
Da minha vida

Tento resgatar a saudade
Da minha memória esquecida

Tento dar a face desentendida
Ao prazer
Tento argumentar com uma cor desconhecida
O quanto estou cego pra ver

Apago as chamas do comodismo
E reacendo a fogueira do risco
Pois este estou pronto para correr

Me surpreender
Comigo.