O Desentendido

Parte a fúria com desdém de quem amou e odiou alguém
Do mesmo prato a que convém comer, de fato, a sua lamúria
Da mesma forma que à fúria se rasga o que já não mais tem

Reage em pró da congruência de amor e penitência
Faz-se entendido no discurso a quem se ouve mesmo mudo
Esquece a voz do já sofrido pelo orgulho exacerbado

Queima em brasa o seu ouvido, apenas à gosto do odiado
Não há sequer o percebido olhar do pobre conhecido
E se quiser o ardor sentido, faz-se de desentendido

Chama-o de fardo
Quando consumido
E de amargo o doce
Recém-surgido,
Descontrolado.