Para Os que Têm.

Tão nobre por tão pouco
Acorrentado ao preço
Faz-se de solto mesmo preso ao mundo

Tão novo já tão rouco
Grita por desejos, pede e perde tudo

Fala sem entender a própria mudez
Não por incapacidade
Sim pelo que na verdade todos amigos
Demonstram a surdez
Daquele que fala sem pedir vez
Daquele que ergue-se acima dos desnutridos

Cospe no chão do egoísmo
Calça brasa e pisa nos descalços
Compreende o narcisismo
Por não haver motivos de laços

Já está amarrado
Em um elástico
Que segura dez, vinte, cem

Já está derrubado
Sonhando com o drástico
Momento de dizer que tem
tem, tem, tem.