Bravo

Os minutos da verdade se apoiam ao desconhecido
Tantos milhares mortos, esquecidos
Os bravos nunca cortejaram a alma mais nobre
Caçoavam da sorte de uma vida efêmera
Diante da ilusão em que viviam, pensavam errado
Não sabiam da própria ingenuidade,
Caçoavam da liberdade
Não conheciam a tão distante realidade
Que se aproximava, passo a passo
Deixando marcas, que desapareciam sozinhas

Os bravos sempre nadavam no mar
Parados.
Os bravos só sabiam amar
Armados.
Os bravos diziam seus nomes
Vanglorizavam suas iras
Mas se perdiam na fome
De suas próprias mentiras

Os bravos não sabiam que o infinito
Está na ponta cega de uma arma
Os bravos pensavam que o sol iria se pôr normalmente
Depois de uma carnificina de sangue quente

Os bravos colocavam acima de seus peitos
A coragem
Os bravos riam irônicos de seus defeitos
À margem
Do preconceito
Sem o mínimo direito de jamais
Proclamar
Paz