Relatividade da Esperança

A dor é ocasional
O sofrimento é efêmero
Se desfaz com o tempo

Há atitude casual
Tingida de infinita
Se desfaz ao lamento

Cor é sina do real
Mas não precisa ser bonita
Para criar um sentimento

Vida é um abstrato mortal
Doença desde a nascênça
Sempre levada ao vento

Não há nada tão habitual
Quanto amar ao próximo
E rogar-lhe o mal, antes isento

O céu só muda de cor
Quando atinge um ramal
Onde não há mais dor
Nem sofrimento
O céu só muda de cor
Quando percebe que há mal
Pior que o amor
Em qualquer relacionamento

Mas o céu não muda sua cor
Ao notar que o amar ideal
É fazer jus à liberdade
Manter firme a saudade
E o afirmamento, de obter a Paz
e, Jamais
O raso entristecimento da verdade
Ou a verdadeira razão da tristeza
Porque quem sabe a proeza
De definir um futuro plausível
Terá a beleza de conhecer
Um momento inesquecível
E poder conviver, com aquilo que seja
Portanto não pare de olhar, Veja
O horizonte é pleno e está perto
A esperança é relativa, mas não há deserto
O caminho pode ser difícil, mas nunca incompleto
E com perseverança se descobre
Que não há amor mais certo
Daquele movido por sincero afeto

Onde matam lobos
Estão os cegos da saudade
Dizem saber o que querem
Mas como sempre ferem: a verdade