Ninguém Pede Pra Nascer

Me disseram, eu já sabia
Que o amor é incerto
Não há valia
Para quem ama: o perto
É tão longe como a via
Que nos distancia
Que nos distancia...

Não há concreto
Nem abstrato
Amor deserto
Sem beijo e tato

Não há, espero
Um tudo ou nada
Há apenas o lero
Lábia jogada

Inda que minha poesia te faça crer
O quanto eu não amo você
Saiba que a hipocrisia vai envolver
Toda a minha valia do teu sofrer

E não ache que estou errado
Tenha certeza
Mas no bem bom do meu sorriso
Tá tudo beleza
Saber que nosso chão está tão liso
Quanto a minha clareza
E a minha consciência, antes pesada
Tá uma leveza

Quem seria tão genial
Para amar quem não se pode
Pois só quem se fode
É aquele que espera o mal

Quem seria tão imortal
De nunca morrer por um amor
Pois a ilusão é uma dor
E dói demais, namoral

Onde está o arco-íris colorido?
Perdeste a cor?
Talvez esteja escondido
Neste planeta incolor...

E quem consegue ver o sol,
Quem sabe ver o mar
Não pediu para nascer
Não pediu pra amar
Só pediu pra crescer
E poder ver um sol raiar