terça-feira, 30 de julho de 2024
Forra
quarta-feira, 17 de julho de 2024
Planejar Sem Ejar
Quão ao extremo nos opomos
Quando em cárcere privamos
Ao livrar-nos do que somos
Pra dos livros fazer planos
Conceder-nos no que vejo
Não vir de vez como num beijo
Mas no ceder de um baculejo?
Ou são imagens de outrora
Vez do velho já de fora
Nos dizendo que, embora
Fosse o intuito um desejo
Precisar por tão conserto
Mas se todos nos doamos
Terminamos já represos
Ao milagre não voamos
Em mil lacres do pé ileso
segunda-feira, 8 de julho de 2024
Quadro Negro
sexta-feira, 28 de junho de 2024
Buraco Negro
Quase que dissolvo
Faço que não solvo
Caço e'inda salvo
Laço, como, assusto
Luto, mas não, salto
Tanto, mas tão alto
Pago mesmo, o custo
Gasto, pois desgasto
Base que desgosto
Gosto quando parto
Mês que me arrumo
Desde que desabo
Fez em mim, um amarro
No mesmo cabo, em que fumo
Louça a que eu lavo
Beijo, a paz de quem me doo
Mago sei que não, galgo
Ouça o que vejo, e trago
Antes de falar, quem sou
Desses versos acabo
Dos outros, deixo guardado
Mas lembrem sempre, um fato
Onde houver rio, e mato
terça-feira, 25 de junho de 2024
Não Me Leve Ao Mal
O poder que é tão sublime
De saber a hora certa
A frase correta
De se comunicar
Há quem diga que o ciúme
Se valida com quem sente
Sem saber que anteriormente
Dá-se luz ao que se teme
Faz-se jus ao que se entende
Pra depois estar presente
E poder se dialogar
Há quem diga que se sabe
Como se relacionar
Há quem faça até poema
E chegue até a publicar
Fingindo tanto quanto todos
Depois de ter tanto problema
Do aprendizado, crio um lema:
Não me arrependo de amar.
Ser Ou Não Sei
Firo a pira da pelúcia conhecida da infância
Calha malha cá sarada, cura em si lá transformada
Vem demais tão transparente, torta sã capaz dormente
Lista a luz de um quadro ausente
Soma em paz, devassa sente, gera em transe fácil lente
Sem girado o galho ofício, deixa à palha agulha em frente
À procura não descrente, mente e falha o artifício
Faz da usura a própria mente, goza impura a tal serpente
Corta e fura como sempre, vaidade outrora a nós sofrida
Calor de agora a sós amiga, joia rara a quem penhora
Nobre mágoa a lama afora, noz amarga apodrecida
Voz calada ensurdecida, busca a morte aonde mora
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Adormerecida
quarta-feira, 19 de junho de 2024
Então Que Seja
Tampouco o ar que me renova
O que me muda ou me transforma
É a realidade da nova guia
Sou o mesmo de sempre, e não importa
Se há controvérsias do meu estilo
Sou um pouco aqui e um pouco ali
Eu me contorno a qualquer presença
Me faço igual ou diferente
Minha face é máscara de tanta gente
Mas mesmo assim não me comporto
Com o coração sou eu mesmo sempre
Para uns há luz, outros escuridão
Para poucos há raiva, outros paixão
Para muitos há névoa, outros viagens
Para todos há o mesmo, mesmo que pareça invenção
Não é a cor que me rotula
Tampouco a voz que me inova
O que me muda ou me transforma
São as amizades da minha vida
terça-feira, 18 de junho de 2024
Sem Prendimentos
Do prazer de um sono amado ante o gozo duma ideia
Significa que sou grato ao destino concedido
Pela arte tão presente a correr em nossa veia
Já não fujo àquele medo de sofrer pelo ocorrido
Ao sentir-me abatido por perder um tanto cedo
Um futuro planejado neste ensejo tão sofrido
Nem mesmo choro sem sentido o fracasso surpreendido
Por estar um tanto longe de um destino não esculpido
Previamente imaginado porém num alívio admitido
Sobre o que fora acordado e hoje vejo quão fui salvo
Larguei mão do brio nocivo se o processo eu mesmo faço
Dou cara a tapa a cada etapa com cara limpa sem desculpa
Muito agradeço ter logo errado pra cedo ver o revés da luta
Pois aqui pago a minha multa ao receber régua e compasso
sábado, 15 de junho de 2024
Para Nós
Jaz aflita em condição
terça-feira, 11 de junho de 2024
Tianmelus
Derradeira morte em vão
Que despeço-me então
Faço vil a sua ausência
Pela sua luminescência
Cai a noite e sigo em frente
Deixo este caminho e volto
Mas tampouco estou envolto
Já que sou tão diferente
Outra aurora diz-me outrora
Que afora foi-se embora
Deixou-me à hora tão confusa
Na raiz de outra vara
Mas, que pena, joguei fora
Quando vi tão firme tora
Tal como disse-me Cazuza
O tempo não para
terça-feira, 30 de abril de 2024
Penúltimo Ato
À depressão dei endereço
Desabei-me sob um hospício
Fiz do fim um grande apreço
Dispensei um recomeço
Só dei valor ao que tem preço
Que mereço, eu confesso
Essa dança reconheço
Não descanso, nem almoço
Tão somente me desfaço
Traço em mim um passo em falso
Ao escasso me ofereço
Mas se passa em sua cabeça
O que penso e o que passo?
É só isso que lhe peço
Antes de maçar o meu maço
Ao avanço me disperso
Já cansei-lhes meu disfarce
Minha face sempre sonsa
Tão sem graça já não desce
Mas se a mim cê reparasse
Num olhar me adentrasse
E a minha dor então sofresse
Meu agir reconhecesse
Na origem da ofensa
No assédio insistente
No meu câncer padecido
Na distância fluminense
No meu coração partido
Cê veria meu sangue quente
Tão espesso e aderente
De emoções tão permanentes
Porém memórias displicentes
Que, por escória, só as más
Eu me lembro infelizmente
E se cê visse a enorme pedra
Entenderia essa minha queda
Um tombo em combo que te quebra
Pisei falso pois havia...
Um amor que não me ouvia
Um dó que me impedia
Um nó que amarraria
E esse nó, xô lhe contar porquanto
Agarrara, coçara, tensão que me cegava
Agarrava, coçava e você não observava
Agarrou, coçou, um nó que me enfrentava
Entretanto
Agarrei, cocei, estarei sempre lutando
Agarraras, coçaras. E você, me observando?
Agora agarrará, coçará, sem mercês me ajudando
O tal nó vai me enfrentar com vocês sequer estando
Logo rogo toda praga a esse amor
Esse dó e a minha dor
Entre tantos
Afinal será um assombro
Das noias que aqui vejo
Quando volto por ensejo
Permanência do meu tombo
Ou minha ânsia, meu desejo
Dos viés a que me cobro
Dos papéis a que pelejo
Desequilíbrio do meu ombro
Quem mexeu neste meu queijo?
Agora sem quem aponte o dedo
Mora em mim um grande medo
Ora, eu vim um tanto cedo
Embora andei com esse segredo
Há muito tempo em meu enredo
Quem irá me visitar?
Sou muito de conjecturar
À expectativa de quem dá
Ou de quem vem pra retirar
Sofrerei com sá distância?
Sem todas suas tolerâncias
Sem todas suas paciências
Sem todas suas consciências
De toda essa minha desgraça
De tudo que eu faço graça
Do mudo que eu sou em casa
Do surdo que me faz bocejo
Do surto em mim de um assobio
Quem lembrar vem dar-me um beijo
Ou um abraço ou o queijo
Também isso eu ensejo
Pois desde cedo que eu velejo
Nessas águas tão longínquas
Em que crio tantas ínguas
À distância do que almejo
Meu longevo ato final
Será sem um sequer lampejo
Ou nenhum saco de sal
Que até hoje eu fraquejo
Farão, sem ignorância, linha extensa?
Explorarão a minha infância?
Numas sãs ações sensatas consciências
Dumas áreas pátrias páreas em parar minha frequência?
Parei nos vários bares solitários e aleatórios do Rio
Que fui à toa e soei pária nest’outro império em que suamos
Pois vim de apenas outr’afluência bem acima do que somos
Serásse esse sanatório
Sarará o meu suplício?
Parará o que tem sido?
Curará esse meu vício?
Nadará em meu dilúvio?
Que não é nem tão difícil?
Talvez porque falar é fácil
Sem viver o meu Vesúvio
Será que esse ambulatório
Deixar-me-á sem o que faço?
Saberá o quanto eu calço?
Mudará a minha sina?
Refará meu triste laço?
Para eu poder parar e parar
Nas garras da minha menina?
A quem tanto me ensina
A conviver sem precisar
De qualquer maneira
Sei que estou à beira
Deste presídio
Pois essa pedra traiçoeira
Fez-me jus ao suicídio
Fugi da ribanceira
Que me foi tanto alívio
Só que segui indo à feira
Por pedir seu benefício
Num momento não propício
Fiz de mim um desperdício
Sem que a mim próprio eu queira
Vem desde adolescência
Meu sangue tão espesso
Por isso teço verso intenso
Pra fazer ordem e progresso
Ao inverso do que penso
Do que peco eu compenso
Por estar já muito imerso
Vou girando o terço tenso
O tornando uma espada
Como num conto de fada
Caço esse mostro imenso
Pra libertar a princesa amada
Festejar com minha família
Dar o monstro como presa
E brindar com meus amigos
Que me ajudam com proeza
A me afastar desses perigos
Porém, a vocês eu lanço:
Não me esforço ou não alcanço?
Fosse a fossa um falso poço
Mesmo a força mais intensa
De um coço tão colosso
Não sairia nem com coça
Você mesmo sempre diz
Que não há ninguém que possa
Sair de toda essa joça
Sem fadar à diretriz
De amizades como a nossa
Mas saiba:
Foi todo o mal
Se torcem, dão remorso
Põem berço, me contorço
Sem intenção, me lançam ao fosso
Por pouco, deixam-me a um triz
Antes fosse assim tão fácil
Na coerência e fala mansa
Com bom senso e paciência
Resolver a minha lambança
Minha bagunça na despensa
Não lhe peço condolência
Nem presença com veemência
Se em sua crença permanece
O nonsense da minha ausência
Pois nem tudo é o que parece
Mas fizeram da minha tosse
Um sinal de estar em posse
Sem sequer se ter prudência
Pra ter pulso e constância
Tal Virgulino no Cangaço
Na desgraça em iminência
Nessa ardência de percalços
Na vigência do que passo
Dos meus laços, me despeço
O que sou será lembrança
Camus fez estardalhaço
Em paz, jaz e já descansa
Sá versão que em mim morreu
Sobrou quem sou de preferência
Pro último ato ter relevância
Para que toda essa sofrência
Seja só passado meu
Que o futuro prometeu
Pra limar minha arrogância
Retirar minha inconstância
Restaurar-me cada membro
Vou reaver minha elegância
Fragrância que, nascida em julho
Com orgulho ainda lembro
Por guardar cada embrulho
Dos presentes que nos demos
Tão presentes quanto somos
Pois presentemente eu posso
Considerar-me um sujeito de sorte
Neste Norte em que deleito
Sem que em leito deite à morte
Sigo vivo e imperfeito
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Bárbaros em Guerra
Neste clichê tão óbvio
Faço questão de expressar
Que me atiro pro seu mar
Seu olhar me deixa imóvel
Seu sorriso tão amável
Faz meu corpo fraquejar
A relação que me impõe
Pude enfim compreender
Só de ti recebo um tanto
Mesmo que eu deixe em poucos
Pois os outros são os outros
Depois de você
Nunca esqueça da certeza
Que à sua nobre realeza
Serei sempre um cavaleiro
Mato e morro em nossa Guerra
Pois você, ó minha alteza
Conquistou-me por inteiro
Libertou-me desta cela
Desde lá em fevereiro
Ao notar com mais clareza
Sua interna e externa
Maravilha de beleza
Que me deixa tão cabreiro
sábado, 23 de março de 2024
Mal digo quem sou agora
Mal sei quem sou agora
Criei-me como alguém
Matei e joguei fora
A luz que em outrora
Fazia-me sentir bem
Maltrato com desdém
A vida que apavora
Ao fato de também
Ferir-me sem porém
Fugir sem ir embora
À noite eu perco a hora
Meu corpo em si ignora
Sinais que não intervêm
O luto então demora
O surto me devora
Eu curto há mais de cem
E o amor, que ironia
De verdade só piora
Mas trato com desdém
A dor que em mim mora
Destrato com desdém
Fui muito mais além
Isso que me apavora
Me faz perder a hora
E o tempo jogar fora
Foi muito mais além
Do medo que apavora
Da luz que vivo sem
A luz me ignora
O amor que jogo fora
Não mais em mim mora
Mal sei quem sou agora
Criei-me como alguém
A dor que em mim mora
Destrato com desdém
Fui muito mais além
Isso que me apavora
Me faz perder a hora
E o tempo jogar fora
E apago com desdém
A luz que jogo fora
Na dor que me devora
Despeço-me de outrora
fora, mora, chora, hora, apavora, demora, melhora, piora
bem, sem, intervém, além, cem, vem, porém, tem, amém, porém, ninguém, contém
Mal sei quem sou agora
Criei-me como alguém
A dor em mim devora
Foi muito mais além
Do medo que apavora
Da luz que vivo sem
Mal digo quem sou agora
A mim já desconheço
Segui por um vil atalho
Irrompi no que já sou falho
Ensinar-me este caminho
Onde sempre andei sozinho
E hoje já não reconheço
Mal vem a dor que me devora
Derrete em mim toda essa lágrima
Cedo ao chão sem que a hora
Me desperte em solidão
Me derrube sobre a dádiva
De pensar que houve outrora
Uma emoção ainda ávida
A vibrar meu coração
Mal que vem talvez pro bem
Deixa em mim a sua proposta
Levanta o corpo e me encosta
Nesta parede que lhe intervém
Que alguma luz nos venha à mostra
Iluminar o meu alguém
Esclarecer a minha aposta
Desdizer o meu desdém
sexta-feira, 22 de março de 2024
Há Males Que Não Me Têm
Mal digo quem sou eu agora
Porque a mim eu desconheço
Muito queria a luz do atalho
Me dizer no que sou falho
Ensinar-me este caminho
Onde sempre andei sozinho
E hoje já não reconheço
Mal vem a dor que me devora
segunda-feira, 3 de abril de 2023
Ressurgir
Quando cansa a calmaria
Se transforma em furacão
Não nos vê com empatia
Nem nos poupa a heresia
De controlar sua direção
Se eu soubesse que um dia
Neste ponto chegaria
De tão livre expressão
Mais verdades mostraria
Minha vaidade é fantasia
Na realidade, uma ilusão
Minha intensa obsessão
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
Sucumbir
Que hoje vivo em agonia
quarta-feira, 7 de dezembro de 2022
Reflexões
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
Pra Vocês
Levo em mim o que de mim sobrou
Resta em mim o que de mim prestou
Pesa em mim o que você deixou
Volto a mim como quem eu sou
Quando olho pra trás
E vejo vocês
Percebo que estou
Num colchão de retalhos
Minha primeira certeza
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
Luto em Paz
Cabe numa poesia
Há de contar sem nostalgia
A circunstância desse mérito
Com denso teor de angústia
Faço verdade a cada verso
Num acúmulo em que imerso
Um passado de alegoria
A história que lhe conto
Vem de um santo indigesto
Vem de um canto sem manifesto
Vem da memória que em mim desconto
Tantos foram os caminhos
Que de longe planejamos
Mas por fora caminhamos
Tantas luzes acendemos
Tantas sombras escondemos
Tanto nos distanciamos
Sem que a dor da despedida
Valha mais que o nosso alívio
Já mergulho num dilúvio
Minha lamúria expedida
Sinto o mal ser tão apenas
Uma ruim recordação
Que de mim foi tão pequena
Quem de nós tem a razão?
Sinto a luz chegar tão plena
Esclarecer a escuridão
Desvendar o que houve em cena
Iluminar um drama em vão
Quem de nós tem mesmo a culpa
Se ela em si é uma ilusão?
A verdade é que houve luta
No que era pra ser paixão
E hoje vivemos em luto
Após essa conclusão.
terça-feira, 16 de agosto de 2022
Vera Cruz
E ao fim de tarde assisto em pé
Vai muito além dessa maré
Além do céu que nos engole
Se me deito em suas águas
Que mesmo rasas aprofundam
Os sentimentos me inundam
E sobrepõem o que estiver
Cada dia sua vista muda
E feito folha de arruda
Me remedia a dor profunda
Sem nem cobrar da minha fé
Queria eu só mais um banho
Que me acolha em sua maré
Que me engula com seu sol
E me leve pra onde quiser
Queria mais um banho só
Nesse lugar que sei de cor
Cada caminho e cada canto
Faria jus à calmaria
Que me acolhe e anestesia
O ardor desse meu pranto
Com sua vista em demasia
Me renovo aos seus encantos
Com sua leve correnteza
Dispo a minha natureza
Pois sua beleza é poesia
E na leveza que me guia
Ó Baía de Todos os Santos
Faz de mim uma fortaleza
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Seu Zelo à minha Sina
Novas Histórias
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Minha Madrugada
Pra quem não dormiu
É o fim do sereno
Que acorda o vazio
Digo isso porque vivo
Ao silêncio da madruga
Como um copo sem água
Que se preenche de ideia
E o barulho do dia-a-dia
À rotina da euforia
Cria a confusão
Que encandeia a minha fuga
E destrói minha epopeia
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Peito Vazio
O saciar de todo homem
Como um amor
Enfim, eu já não sou
Tanto quanto antes
Como um Beija-flor
Se prego, dia após dia
A ti, uma euforia
Dou-lhe a mentira
Como quem já surtou
Se rego o plantio
De um jardim senil
Estou à deriva
Como quem se esquiva
Ponho tudo a perder
Porque já me perdi
Se hoje vou sofrer
É porque já estou no fim
Não venha me dizer
Se eu me arrependi
De matar a fome outrora
Com tudo o que já comi
Pois posso lhe garantir
Assim como a fome
O que eu como agora
Amanhã volto a pedir
Um amor que me desperte
A vontade de sentir
Pretérito Imperfeito
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Dinheiro Não Lhe Faz Feliz
Sim.
Você tem grandes chances de estar desesperado andando por um caminho infinito sem ter uma ideia exata do que alcançar. Você está confundindo uma meta com uma ferramenta. Seu objetivo, na verdade, não passa de um meio. Cada hora do seu dia, cada dia da sua semana, você sai em busca da ferramenta. Mas nunca em busca da meta. É por isso que, toda vez que você tem a ferramenta em mãos, fica na dúvida do que fazer com ela. Você a procurou sem antes saber como ou no que usá-la. A sua vida inteira pode acabar se baseando no meio e não nos seus objetivos. Você pode se tornar mais uma daquelas pessoas frustradas que, em poucos momentos da vida (como uma sexta-feira ou um filme emocionante) consegue uma faísca de felicidade. Tudo isso simplesmente porque você está objetivando um meio, em vez de usar um meio para atingir seu objetivo.
Essa confusão está se tornando cada vez mais normal em todos nós. Se você for uma dessas pessoas que objetiva ganhar dinheiro acima de tudo, se encaixa perfeitamente nessa crise. O dinheiro não é um objetivo. É um meio. É o meio do século de se atingir vários objetivos. Quando objetivamos ganhar dinheiro estamos seguindo um caminho sem fim. Ter grana, por si só, não garante momentos de felicidade. Na verdade, ninguém sabe definir "felicidade". Mas todos a reconhecemos quando sentimos. A felicidade vem do cumprimento de nossos desejos. Para consegui-las, usamos diversos meios que facilitam o caminho até ela. Uma pessoa que adora tocar num luau, antes de mais nada, precisa de um instrumento ou coisa parecida - um violão talvez. Mas ter um violão sem tocá-lo não servirá de nada à sua felicidade. Assim como ter dinheiro sem usá-lo será igualmente inútil.
Inclusive, há outras formas de se conseguir o que quer além de dinheiro. Se você gosta de música e ganhou um violão de seu tio, vai deixar de ser feliz porque ele não foi comprado? Pois é. Além disso, ter um violão e não tocá-lo não lhe fará feliz. Tudo o que nós buscamos são momentos, não coisas. Nós não queremos dinheiro, nem queremos objetos. O que nós realmente queremos é usufruir dos momentos que passamos com isso, aquilo, ele ou ela. A Era do Capital nos transmite essa falsa sensação de que o dinheiro ou os ganhos materiais são nossas metas. Só que não. O problema é que, nesta era, essas ferramentas são muito úteis para conseguirmos recriar os momentos que nos fazem felizes. Mesmo assim, não podemos confundir o circuito com a linha de chegada, se não estaremos correndo eternamente em círculos.
Tenhamos isso em mente. Busquemos construir objetivos, determinar desejos, todos relacionados a momentos - para só depois pensarmos nos possíveis meios que facilitarão atingi-los. Se você acha que uma pessoa rica "não deveria reclamar da vida boa que tem" ou não entende quando vê um pobre feliz da vida, é porque ainda não compreendeu o quanto o dinheiro não é determinante de felicidade, mas sim os momentos que passamos com aquilo que gostamos. Espero muito que nossa geração consiga refletir mais sobre isso.
Portanto, de hoje em diante, desejarei a todos "Felicidades!" - pois o resto (dinheiro, amor...) são apenas meios de atingi-las. Você escolhe.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Vertigem Maria
Quente é o fogo em quem te ama
Frio desejo invade a trama
Quando à cama põe-se em coma
Noite a noite e nenhum dia
É o dia-a-dia desta senhora
Que vive em lua a toda hora
E só se cansa quando está fria
Perde a linha, esquece o rumo
Nem o fumo trouxe à tona
A tal saudade da sua memória
Vem sem dono, vai com tantos
Fica em prantos se algum chora
Porque relembra a sua história
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Ação X Reação
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Genérico de Tarja Preta
É uma cura sofrida. Ele deixa a dor latejar sem anestesia. Envolve o corpo e domina a mente, mas nada faz para aliviar. A aflição é um sintoma. Faz-nos perceber o erro em nosso organismo social. A memória é um hematoma e dói bastante quando a tocamos. As lágrimas são possíveis efeitos colaterais. Porém, sortudo é aquele a quem elas põem-se a cair, pois acalma a dor física enquanto a consciência promete explodir.
O tempo é o mesmo para todos. Mas cada um de nós reage diferente. Não há relógio que consiga, na parede ou no pulso, fazer o tempo ficar ao nosso lado. Ele nos odeia. Odeia nossa incapacidade de aprender imediatamente. Odeia a desorganização em que o submetemos no dia-a-dia. Odeia nossa vontade de controlá-lo e a pouca vergonha de acharmos que o temos sob controle. Assim, ele revida. Passa veloz quando queremos pará-lo e lento quando queremos passá-lo. Consome cada gota de nossa resistência e desafia nossa paciência.
Apesar de cruel, é um cavalheiro. Quando reconhece a superação, ele deixa a dor passar. Se aprendemos a causa e a consequência do fato, o tempo resolve nos curar. Antes disso, muitos lamentam, outros enlouquecem, alguns se enfurecem e uns tentam ignorar. Contudo, tudo só passa quando questionamos o que fizemos e decidimos o que fazer. Paciência é a única virtude esperada pelo tempo. Pra chegar nela, sofremos. Tentamos ignorar, nos enfurecemos, enlouquecemos e lamentamos. É um processo longo, chato e dolorido. Entretanto, ele só libera o futuro e descansa o presente quando compreendemos nosso passado.
O tempo é um remédio que só cura seus pacientes.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
A um Fio do Fim
Apertado ao nosso rumo
Sigo triste e tão ausente
Na calada me arrumo
Vou enfim, mas não ao fim
Despacho-me, então sumo
Protegido, mas descrente
Peço a mim ser diferente
Desapego do consumo
De um vício transparente
Que me afoga neste mundo
Onde mora a minha mente
terça-feira, 27 de março de 2012
Prefácio do Futuro
Porque se há pouco quem me dera então se fosse muito
No vago eu vago e não sei se é pleno
O desejo que mata a minha boa vontade
Ela vem sempre antes me falando somente
Dessa triste dor de quem espera a saudade
Como um soco que avisa o que há pela frente
Mas nunca acalma o susto da realidade
Não conheço o desespero
Nem espero trazê-lo
A mim eu só confio em ter a certeza
Que estão por vir muitos bons momentos
Se não houver clareza
Me apego a terceiros
Que expliquem a proeza de meus sentimentos
E me indiquem o melhor fim destes tantos meios.
quinta-feira, 8 de março de 2012
Esgoto-me
Falo antes e escuto
Ouço claro e me atenho
Um percurso curto e culto
Curto a voz do inimigo
Ouço ideias já dispostas
Faço a mim um novo amigo
Quando expressa uma resposta
Já não aceito mais o surdo
Nem que esteja só ouvindo
Minha paciência tá sumindo
A quem preza pra ser mudo
Na intriga me acanho
Saio são de quem é vão
Quando falta opinião
No calor de meu deserto
Dou valor só ao esperto
Que respeita a discussão
quarta-feira, 7 de março de 2012
Calado, estás errado
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Culto Material
E não mais eu lhe ver
Me desculpe tentar
Procurar por você
Mas difícil é esquecer
De quem pude amar
Se pra ti já não dá
Só me resta sofrer
Então me deixo levar
A mentir pra você
Lhe dizer que se vá
Ficarei bem sem lhe ter
Só espero lembrar
De não se arrepender
Pois quando o sol me cegar
E o inverno acabar
Estarei com você
Sem comigo estar
Perdido em querer
Contigo voltar
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Prólogo
Escondido noutra vida, numa dimensão perdida, sofro a dor de uma saudade sem ligação com a verdade do passado ou do presente, mas de um mundo diferente que tornou-se indiferente pelo caminho não passado, desviado à tangente. É uma dor que não se explica, não se cura, nem se esvai, é uma paixão perdida, literalmente - esquecida por mim mesmo, desviada pelo meio, mas que ainda move meu consciente, me deixando louco, me faz chorar, por um mundo que nunca cheguei a conhecer, só imaginar.
Nostalgia pelo Caminho Nunca Passado
Em momentos distantes
Nunca alcançados
Caminhos diferentes desviados
Por outra direção
E o máximo que podemos imaginar
Já nos faz sentir fortemente
Uma dor que chega sem bater
Batendo muito em nosso peito
Mostrando que houve outro jeito
É um momento estranho
Nos desaproxima da verdade
Ou, na verdade, nos afasta
É um sentimento profundo
Que mistura arrependimento e nostalgia
Por uma vida para sempre desconhecida
Que só vive em nossa cabeça
E um dia pôde ser vivida
Nesse momento ficamos tristes por nada
Ou talvez fosse por tudo
E o nada em que vivemos o resume enfim
A tudo o que adoraríamos viver
Mas tomamos outra direção
A qual viemos conhecer
Queria poder saber a verdade
Se o que vivo é real ou é saudade
De um presente alternado
Num passado desviado
Queria ter me conhecido
Na mudança, no perigo
Com esses outros amigos
Com esse outro amor
Com essa outra vida
Diferente da minha cor
Escolhida
E se fosse tudo diferente?
E se a gente fosse apenas estranhos?
E se os estranhos fossem a gente?
E se eu mudei pra pior, pra melhor ou fui indiferente?
E se aquela pessoa a quem almejo é uma farsa?
E se a pessoa a quem vejo é minha verdadeira alma?
E se o mundo em que vivo fosse insignificante
Diante de uma outra vida emocionante?
Nunca irei saber
Mas posso sentir
A dor que me faz pensar
É o amor que eu fiz sumir
A saudade sem causa
É a causa do que sofri
Por não ter escolhido o caminho
Ao qual seria muito feliz
Mas não podemos ficar sempre pensando nisso
Nem fortalecendo esse sentimento
Porque é uma dor inútil
Criada pelo tempo.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Minha Jornada (música)
Entre versos diversos
Fez sua voz ao infinito
Pra alcançar o reverso
Do que já havia sido escrito
Mais outra vez
Deixou de esperar
Perdeu-se em desenhar
Ganhando a vida inteira num segundo
(Calou o mundo)
Se a procura é longa
E o destino é comum
O prazer de si
É a jornada e não o fim
É a jornada e não o fim (x4)
Mais uma vez
Entre versos diversos
Fez sua voz ao infinito
Pra alcançar o reverso
Do que já havia sido escrito
Mais outra vez
Deixou de esperar
Perdeu-se em desenhar
Ganhando a vida inteira num segundo
(Calou o mundo)
Se a procura é longa
E o destino é comum
Faça-me pensar
Faça-me agir
Pois é a jornada que eu quero seguir (x4)
É a jornada que me faz sorrir
É a jornada que me faz rir
É a jornada que me faz ir
Até onde só poucos conseguem viver
Num imenso prazer de glória
Na história
Mais uma vez.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Heroico Quebrado
Pratico a nossa vida
Então vê se não parte
Outra paixão perdida
Antes que essa ferida
Meu coração infarte
Errado Ego Regado
E assim se pôs a si acertado
Pois agora, enfim, estava curado
Da triste escória de não ser notado
Depois de roubar o certo do errado
Muitos de nós somos como o galo. Vivemos puxando ideias tortas, porque esquecemos de endireitar a nossa vista do horizonte. E assim continuamos: para sempre desalinhados.
Tentemos então
Antes de aceitar uma visão
Conferir se os olhos estão fechados ou não
Até que a verdade
Seja, por unanimidade
A linha correta da nossa razão
A via direta à realidade.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Daqui Pra Frente
Eterna sede da lembrança
Dos passos já fincados
No desgaste da esperança
Passara há tempo e não me lembro
Nem me ponho a tentar
Lembrar do piso já andado
Ou do medo enfrentado
Se a angústia me devora
Para que voltar a ela
Quando o caminho já marchado
Vai embora e nem me espera
Sigo à frente, sem cuidado
Indiferente do futuro
Pois não há muro que tão duro
Nunca ceda ao meu recado
Se o passado fosse quente
Não estaria atrás da gente
E é assim que dou um passo
Só olhando à minha frente
Para não perder meu espaço
Ou tornar-me um indigente
Sem saber que é diferente
O farto do escasso.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ledo Início
Fico bem diferente
Com uma vontade de ter
Você comigo
Me desmancho em prazer
Sinto a leveza entre a gente
Muito suave por ser
Feliz contigo
Quero me perder em seu olhar
Lhe dizer que almejo
Ver nosso futuro
Agora
Vem esquentar meu inverno
Me tirar do inferno
Levar minha dor
Embora
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Cada arte: uma arte.
Compará-los é o mesmo de comparar o sabor da maçã e do arroz. São alimentos diferentes. Cada um possui tipos diferentes. Cada tipo pode estar bom ou ruim e, acima de tudo, cada pessoa que os comem pode ter um paladar diferente. Enquanto o texto promove uma arquitetura de informação adequada à interpretação concreta de fatos e maior imaginação visual, o quadrinho realiza o contrário. A linguagem cartunista contém a interpretação concreta visual e maior imaginação de fatos. Isso significa, portanto, que apesar dos quadrinhos possuírem menor facilidade na leitura objetiva, eles possuem facilidade maior na leitura subjetiva. São duas formas de expressão diferentes, então não há como comparar a expressividade das duas linguagens. Agora, por exemplo, me expresso em palavras para ser interpretado de forma concreta e objetiva acerca do fato. Mas se quisesse fazê-los pensar por si mesmos esta situação, faria por quadrinhos. É uma questão de escolher a ferramenta certa para concluir seu objetivo com eficiência.
Isso inclui todas as onze artes. Paremos de compará-las, pois seremos automaticamente equivocados na mesma intensidade de comparar arrozes e maçãs. Podemos preferir uma a outra, mas nunca dizer que uma delas é simplesmente melhor ou pior. A Música não substitui a Dança, que não substitui a Pintura, que não substitui a Escultura, que não substitui o Teatro, que não substitui a Literatura, que não substitui o Cinema, que não substitui a Fotografia, que não substitui o Quadrinho, que não substitui os Jogos interativos, que não substitui a Computação Gráfica. Nenhuma arte substitui a funcionalidade da outra. São expressões diferentes, linguagens diferentes.
Então, a quem clama pela "cultura indagável" do livro, entenda o valor cultural do quadrinho tanto quanto as milhares de letras do texto. A quem esbanja a "expressão indiscutível" das pinturas, perceba, tanto quanto, a expressividade de uma arte montada no computador. A quem adora engrandecer a "belíssima e incomparável" peça de teatro, saiba que um filminho no cinema pode ser tão especial quanto. Valorizar antigas manifestações culturais (o famoso "retrô) é algo muito difundido atualmente. Contudo, não sejamos chatos, arrogantes e equivocados. Cada arte é uma Arte. Compreendê-las faz parte.
Cuspi essa ideia após este post formá-la em minha cabeça.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
A Arte é um Fardo
Recebo tapa que não almejo
Continuo firme no desejo
Sacio a sede da opinião
Me rasgam a pele que ofereço
Batem minha cabeça ao chão
Bem quando estou disposto a usá-la
Para aprender com a discussão
De perto, uso a mão
Mas vêem apenas garras
Ao longe, pareço às farras
Daqui, é educação
Expresso aquilo que me apego
Pra criar um deserto no coração
Jogar fora minhas alegorias
Esvaziando o peito de emoção
Uns acham que arte serve pra emocionar
Serve não
A arte é um fruto puro da emoção
Serve mesmo para esfriar o calor da criação
Tirar essa agonia, essa aflição
De dentro do peito de quem se expressa
A arte tem uma relação inversa
Quanto mais permanece no artista
Mais é perversa
Por isso tento tirá-la daqui
Deixá-la livre, enfim
Sentir o frio refrescante
Após me expressar
O resto guardo para me resguardar
Pois a guarda dos opostos a mim
É maior do bem que tento passar
Bem maior.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Açúcar Cristal, Refinado, Mascavo...
Disfarçados de humildade
Julgam tudo o que acontece
Mas não tecem nada que julgam
Dizem controlar a própria mente
Sem nem chegar à coerência
Acham que são pura inocência
Enquanto repassam falsos valores
Para eles, nada importa
É só isso, só aquilo, só somente
Dão um passo pra trás
E suas ideias pra frente
Acham que, distante, sairão ilesos
Por não pensar como a gente
Suas ideias buscam o equilíbrio
Sob fontes desequilibradas
Se baseiam no "calma, tem que dosar"
Mas só têm tipos de açúcar pra colocar
Ao sal, são indiferentes
Seguem o comum por conveniência
E ainda acham que têm controle de sua inconsciência
Pobres jovens telespectadores.
Enquanto 300 lutam por todos nós,
A mídia joga cuspe nos combatentes
E os náufragos do sofá engolem contentes.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Pare, Pense e Não Pare (Música)
Quem tem medo de sofrer
Vira o rosto e fecha a cara
Sai de baixo e sobe o vidro
Corre mais se ele nos pára
Não há dúvida em dizer
Que há uma inversa noção do saber
É incômodo um preto no chão
Mas tá de boa jogar bomba na prisão
Os maus costumes quem sou eu pra entender
Me dizem isso e aquilo, às vezes opostos
Mas os opostos se atraem, e nos ensinam
Que Deus nos ama e nos bota pra sofrer
Parece que tudo tá em crise de vontade
A existência das morais desconhecem a verdade
E essa realidade de ilusões despercebida
Só nos deixa sob uma alternativa:
Atividade
E a cidade nos impõe uma série de exclusões
Pra nós é muito, é pouco, um punhado de saguões
Quem nos dera ter um pouco de poder
Pra ver todo esse cárcere nas janelas dos aviões
Pare e pense, mas não pare por aí
Por que quem pensa, desenvolve
A arma branca do agir:
Conhecimento (Educação!)
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Sejamos Nós
Estou no mesmo barco.
E nesse estouro que a mim arco
Digo sim ao que é novo
Ponho fim no que estou farto.
Se a vida é um saco
É porque fiz ela de plástico
Sejamos mais de nós de fato
Do que viver a sós
Pois o castigo do iludido
É estar pra sempre arrependido
Enquanto pensa mas não faz
E faz o que não pensa
Daí por essa diferença
Vive eternamente sofrido
Por si mesmo,
Incompreendido.
sábado, 17 de setembro de 2011
Vazio de Mim
Não conheço a mim direito
Capaz de ver-me a raíz
Do que sofro infeliz
Estive morto por um tempo
Não conheço a mim mesmo
De um lamento, me desprezo
De alegria, menosprezo
De saudade, me acanho
De verdade, me disperso
De amor, me desconexo
De mim mesmo, estou perplexo
Sou quem sou ou quem eu era?
Nem sequer sei a resposta
Não estou com a vida exposta
Mas já sofro por outrem
Sem saber do que convém
Sem perder já sou ninguém
E se ganhei não vi de quem
Tento lutar mas não consigo
Desconhecer-me é um perigo
Já não mais sei se estou ferido
Ou se procuro por abrigo
O que me importa está esquecido
O que me aquece foi perdido
O que me esfria, proliferou
Estou com frio, sem cobertor
O diferente interessante
Hoje é só um estranho
Falo cego, prego e calo
O que eu era antes
Em mim tornou-se raro
Tudo é simples, burro e chato
Tudo é pouco, muito ou caro
Eu costumava ver a frente
Hoje escondo-me na lente
Suja e distorcida
De um universo sorridente
À mim, decadente
Quem eu era me fazia feliz
Me fazia feliz pelo que eu era
Hoje travo-me uma guerra
Entre mim e a mim
Minha sanidade eu perdi
Estou longe do que sou
Preso a um corpo desorientado
Estou certo de que há algo errado
Mas estou errando por algo já consertado
Tranquei-me em outro por um desagrado
Sou menos de mim, e me degrado
Sobre meu corpo, sou condenado
Não encontro a chave, encarcerado
Pelejo a ver quem sou de fato
Salvo eu era, indeciso e curioso
Hoje, sujo e furioso
Prego mal aos meus próximos
E o bem ao meu novo osso
Que, de cálcio, está escasso
E nem por isso eu o almoço
Porque meu corpo fala mais baixo
Quero apenas um caminho
Um atalho, uma saída
Que me leve, ou não, sozinho
Por uma alternativa
De voltar a ser quem era
E não sofrer por ser mim mesmo
Assim, de agora, insatisfeito
Quero viver direito
Ninguém é só perfeito
Nem também é só defeito
Mesmo assim rotulo e queixo
Sou mais voz que coração
Vivo em plena escuridão
Sem saber qual é o eixo
De toda essa lamentação
E o rancor deste meu peito
Consome em mim a minha razão
Faz de quem sou um resmungão
Me empobrece a paixão
Que antes vivia sem desleixo
Mal digo quem sou eu agora
Porque a mim eu desconheço
Queria muito a luz do atalho
Me dizer no que eu falho
Me mostrar o meu caminho
Que pra sempre andei sozinho
Sem preocupar-me com o vazio.
Ao Vento de um Lamento
Seja diferente
Daquilo que se acusa
Ou daquilo que se tente
Não haverá por si a dúvida
Nem se houver algum vidente
Capaz de ver-lhe indiferente
De uma nova branda fúria
Quem mais dirá da gente
Senão a própria estória
Contada em glória
Contada à frente
Quem mais verá o dia
Nascer demente
Ninguém mais terá agonia
De crer-se imponente
Diante da mais louca euforia
Dum sol estridente
Salve a dúvida da alegria
Ou culpe a dor do indigente
Romances morrem sem amor
Tragédias vivem sem rancor
E ninguém se importa com a gente
Poderia ser diferente?
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Um Limite à Criatividade
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Salvador, a terra do acarajé caro.
Aqui a inflação chegou e decidiu ficar. Parece que encontrou sombra e água fresca. Buzão, litrão, fogão num preço que só paga quem não tem opção. E a galera nem se rebela. Se tá caro, fazer o quê? Aqui o caro é sinônimo de chique e não de prazer. Mas quando você cai fora, meu amigo, percebe que esta cidade não faz sentido. Lá fora é tudo barato, fácil, e a mulher do caixa não cospe no chão. Eu vou-me embora, porque cansei da inflação. Meu bolso não é grande nem pequeno, mas a calça é justa. E essa injustiça de preços abusivos vai continuar para sempre, nesta cidade pouco exigente. E digo mais uma vez, minha gente: posso parecer pobre, pão-duro ou indecente - ao menos não sou ignorante, hipócrita e indolente. Se querem pagar caro, vão na frente. Eu fico aqui mesmo, detrás - e não me lenho! Pois o que feliz me faz não é ter tudo que gosto, e sim gostar de tudo que tenho.
domingo, 29 de maio de 2011
Devaneios de Um Segundo
Não é possível que toda esta maresia engula a minha vontade de crescer. Ninguém me dirá o que preciso para me tornar quem eu quero e posso ser. Se há frutos escondidos nesta árvore de decepção, que eu os encontre e me delicie sob um sabor de motivação. Não houve em sequer algum momento sinal de euforia neste desprezo que me amargura por pura melancolia. Se me entendo, talvez, por gente inocente, sedenta de mudanças, quem dirá quando eu me tornar alguém com quem não me importe a lembrança. Aquilo que sou se estende agora naquilo que penso viver. Mas vivo ainda pobre do que almejo conhecer. Procuro outra luz que ilumine a minha visão, sobre o caminho por qual eu ando sem que me ocorra a indecisão. O importuno que me agrada não se encontra mais em mim. Talvez eu julgue cedo demais o que parece ser o fim. Quem me dera, sinceramente, estar à frente da realidade e conformar-se de repente com a minha sensibilidade em intuir aquilo que me corresponde à precisão: onde estou não há mais frutos que me satisfaçam a digestão. E se houver ali tampouco algo que forneça claridade, me jogo em cima e sonho alto, pois estou à margem da insanidade. Quero, de vez, encontrar a mim bem como sou, sem que o fim me cumprimente, mas que enfim a minha mente esteja sana e consciente do que vier daqui pra frente. Pois meu indiferente coração pede triste por um motivo que me levante da escuridão.
Pede um caminho transparente.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Eu tenho um coração
Despedaçado entre grãos
Que já voaram ou se lançaram
Sob toda a multidão
Eu tenho um coração
Que nem parece de verdade
Deixado à promiscuidade
Se enfraquece por vaidade
Eu tenho um coração
Que não bombeia o meu sangue
Apenas espera que se estanque
Esta minha sede de paixão
Eu tenho um coração
Divido entre mil grãos
Perdidos sob o ar
Que se espalhou à sociedade
Sem me deixar a emoção
De amar
Quem me dera o coração
Voltar ao meu controle
Dizer-me que sou livre
Para você encontrar
E pra sempre lhe mostrar
Que não há sequer um alguém
Mais forte que detém
O meu amor a se fechar
Por você e mais ninguém.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Criação (Música)
Para iluminar o seu dever
Por um momento
Porém nunca será demais
Esse tempo
Por isso jamais
Se conforme em lamento
Pois a ideia virá
Com o vento
E iluminará todo o seu sofrimento
Em paz
A ideia, quem faz realmente
É o nosso pensamento inconsciente.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Humanos Líquidos
O que faz a infância se tornar o principal momento de educação do ser humano é simplesmente a vasta ignorância. Quando sabemos pouco sobre algo sempre estaremos vulneráveis às primeiras ideias oferecidas sobre este algo. Isto é facilmente compreendido quando tomamos como exemplo um cabra do sertão ignorante do contexto urbano que acaba por se assemelhar a uma criança quando frequenta a capital, vulnerável a qualquer explicação simples do que ainda não sabe.
A obviedade desta conclusão se fará clara a medida que abrirmos nossos olhares para os ajustes que fazemos conosco quando acontecem determinadas ocasiões, capazes de moldar o nosso estilo de vida. Mas não se preocupe se pouco perceber tais mudanças, pois, como disse anteriormente, muitas vezes elas são inconscientes e, infelizmente ou não, temos controle apenas de nossos atos, mas não de nosso psiquê.
segunda-feira, 21 de março de 2011
A Nostalgia me fascina
Nostalgia é isso, e um pouco mais. Não é somente aquela boa ou má lembrança, mas também aquela memória vaga de uma peça de quebra-cabeça que lhe faltava. Li alguns textos e alguns falam sobre a sensação nostálgica ser perigosa. Para tal acredito que sim, quando medida sob experiências extremas, como uma perda grandiosa a qual ocasionou um chato sentimento de vazio. Porém, quando medida sob experiências mornas e interessantes, a nostalgia se torna construtiva, nos desenvolve e nos prepara para o que vier pela frente. Até porque, com quebras-cabeça montados podemos definir melhor o que somos, por que viemos e para onde vamos. Através da nostalgia trazemos fontes esquecidas para preencherem o vazio de nosso presente dúbio e completá-lo com informações deixadas em nosso inconsciente.
Memorizar é viver, pois vivemos pelas lembranças. Por mais difícil que possamos compreender, o futuro não existe. Há, em nossas vidas, somente o passado e o presente. O futuro se caracteriza apenas como um plano imaginário. Já o passado se traduz como um fato, uma situação concretizada, este sim é digno de conhecimento, pois como diz o ditado: o futuro a deus pertence (apesar de não acreditá-lo, e, talvez, por isso mesmo acreditar na expressão). E o ponto em que temos a chance de transformar nosso imaginário em concretização é justamente o presente.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, o presente não é um espaço de tempo, e sim um ponto único, sem comprimento. Neste momento em que vou escrevendo as palavras, por exemplo, estou automaticamente levando o ponto do presente a criar uma linha de passado, e ela é contínua (como Cazuza diz: o tempo não pára). Da mesma forma, você que está lendo move o seu ponto presente criando uma linha de pretérito. A questão é que nosso cérebro é incapacitado para guardar sob o consciente toda a extensão desta linha concretizada do passado e, por isso, pega apenas "pedaços" da corda para implantá-lo em nossa consciência. O resto da corda fica embolado, dentro de nossa cabeça, apenas esperando o momento de ser finalmente resgatado para mumificar os nossos atos - e é aí que entra a nostalgia.
A nostalgia, portanto, é um ótimo meio psíquico que temos para laçar cordas esquecidas a fim de amarrar o atual consciente e poder puxar para si a verdade de nosso futuro. É assim que vamos completando o quebra-cabeça e, pouco a pouco, definindo uma imagem a qual nos dirá a resposta de nossa dúvida. Devemos sim pensar no futuro, planejá-lo. Contudo, para planejar o que vem pela frente é preciso compreender o que houve no passado. Antes da expiração sempre haverá a inspiração. E as melhores expirações vêm de um repertório bem inspirado.
O que vos digo, enfim, é base do processo criativo. É a explicação do porque os criativos são, em sua maioria, emotivos: justamente porque são aqueles que buscam inspiração para transformá-la em ideia. São quem busca perguntas antes mesmo de procurar respostas. São simplesmente nostálgicos, porque (uns nem sabem) transformam fios embolados, cheios de nós, em linhas - a partir de laços de memória unidos com os laços do presente. São quem carrega o fardo de lembrar do que não mais existe para dar luz a um novo mundo, seja de si próprio ou de todos outros. São, em sua maioria, diferentes da maioria, pois para eles os hábitos da massa são apenas consequências - o bolo da sociedade é feito de ingredientes, e eles são tais ingredientes. São quem move a humanidade a novas ideias, novos caminhos, novas ideologias.
E é por isso, meus amigos, que a nostalgia me fascina.
terça-feira, 15 de março de 2011
Dois Somos Um (Dois)
Vem ao seu leito entregar-se à paixão
Tal como uma esfera de luz se libera
Novamente ao seu corpo explodindo emoção
A leveza de um livre e límpido beijo
Mostra-se quente por dentro da gente
Quando conhecemos a nossa união
Verdadeira posse do fruto paixão
A certeza de um futuro não precisa ser lida
Pois conforme o destino seguiremos então
Livres em conjunto na fé de estar junto
Sem corda, só ritmo de prazer e gratidão
O apego é forte, mas não combate à posse
O melhor se faz com nossa asa aberta
Hoje lhe pego, lhe vejo e desejo
Um contínuo laço com paz em oferta
Não existe união baseada em diferença
Acaba adquirindo a indiferença incerta
Daí a tristeza corrói falsos sentimentos
Destrói todo o apego do relacionamento
Mas a relação que se faz à base do igual
Será ideal pelo fato da semelhança
Que nos calça de amor, liberdade e esperança
Justo por partilhamos boas lembranças
Sou muito feliz por lhe ter afinal
Igual como eu, só existe você
Que o nosso prazer seja imortal
Porque sempre me encanto ao lhe reconhecer
sexta-feira, 11 de março de 2011
Preste a Saber (Música)
Para entrar na luta
Como se houvesse fim
E o fim dissesse a mim
Que venci
Fecho os olhos pra esquecer
Se à minha frente está você
Quem diria sucumbir
Neste chão frio
Abro a mente pra entender
Se é a gente então pra quê
Dizer que estive aqui
À margem do rio
Preste a saber
Se a dúvida lhe envolver
Estou por si
Como está por mim
Preste a saber
Se a dúvida lhe faz crer
Já resolvi
Lhe explicar o porquê
Não estou aqui
Enquanto muitos olham para cima
Eu só olho pra você.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Sangue Frio
Salgar a morte com desprezo
Enriquecendo sem perdão
Queria ter sangue frio
Para esquecer qualquer desejo
Não chorar com qualquer corte
Selar a dor pela razão
Queria ter sangue frio
Pra não arder o meu lamento
Ao simplório sentimento
de mágoa, pena ou solidão
Queria ter sangue frio
Pra congelar minha emoção
E concentrar-me no vazio
De uma história sem paixão
Queria ter sangue frio
Porque o quente me destrói
Me amargura de rancor
Me enfraquece de amor
Me despedaça o coração.
Não Permita
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Que Seja
O que for leal
Que seja verdade
O óbvio afinal
Que seja uma parte
Pra sempre
Que seja agora
Inocente
Que seja muito
Por tão pouco
Que seja a gente
Simplesmente
De novo.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Pra Quê Palavras?
As palavras nos limitam
São pobres ou muito curtas
São faces nunca desnudas
Da verdadeira expressão
Quando grande é o sentimento
O alfabeto é muito pouco
As frases viram um sufoco
Sem nos dar rumo ou direção
É aí que entra o olhar
O sorriso, o corpo quente
Para dizer que entre a gente
Há muito forte a emoção
Quando os olhos se encontram
E o brilho nos reflete
A verdade se esclarece
Sob a forma de paixão
Quando o sorriso se equipara
Tanto ao meu quanto ao seu
Sabe que se compreendeu
O firme elo desta união
Quando os corpos se encontram
Aquecem juntos frio de saudade
Não se desfazem da liberdade
Tampouco divergem a compaixão
Palavras são poucas demais
Nem sequer focam o meu sentido
Preciso lhe mostrar bem mais preciso
De fato o que sente meu coração
Por isso cruzo olhar contigo
Sorrio, lhe aqueço, lhe desejo
Pois quando grande é o sentimento
Nunca escute o que eu digo
Espere a voz que sai por dentro
Lhe dizer, em seu ouvido
O quanto doce é seu beijo
O quanto é bom cada momento
O quanto é forte a emoção
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Paixão Profissional
Sem que doa o meu refúgio
Do prazer de um sono amado
À delícia da ideia surgida
Significa que sou grato
Ao destino concedido
Pelo fruto já colhido
De um trabalho compensado
Já não fujo deste medo
De sofrer pelo ocorrido
Ao qual senti-me abatido
De perder um tanto cedo
Um futuro planejado
Já não choro sem sentido
Por fracasso surpreendido
Nem por estar pouco mais longe
Do meu destino ontem esculpido
Previamente desenhado
Agora sou mais que desejo
Larguei de mão meu iludido
Sou processo e satisfação
Por um enorme aprendizado
Perdi o infantil da esperança
Porém ganhei educação
De certa forma, o que era criança
Em mim tornou-se superação
Eu agradeço por ter errado
E condenado à perseverança
Pois sei que agora em mim avança
Um sentimento de ter lutado
E compreendido a relevância
Da coerência e da relação
Que agora unidas desde então
Criaram um perfil de liderança
Confirmando a base da minha paixão
De amar minha carreira, e muito obrigado
Mesmo que pese o resultado
Sei que eu já venci
Por ter um maior controle
De tudo que está por vir
Então me sinto relaxado
Mas nem um pouco desleixado
Se perdi músculo noites acordado
Ganhei neurônios eletrificados
Que servirão para dar a luz
A brainstorms mais apurados
E o novo destino eu já propus
Mas nem por isso esperarei sentado
Lutarei sempre para poder crescer
Tornar-me gigante pelo que me conduz
Tornar-me forte pelo carregado
Fazer da sorte somente um agrado
Abusar do corte como a cicatriz
De quem já teve com o que sofrer
Hoje aprendi,
Que só depende de mim,
Fazer acontecer
O que eu havia sonhado.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Acordado De Verdades
Percebo o vão tão agravante
De um sonho transparente
Vivo a fé do militante
Ou a crença do engenheiro
Num navio de cabo armeiro
Vivo a dor da alegria
Piso em mar na rodovia
Me encolho na estante
Não há lúcida utopia
Que me acenda a luz farsante
De uma vida sem veleiro
Que me leve ao consciente
Vivo à flor da meia idade
Mas não digo a muita gente
Meu sintoma da verdade
É o próprio inconsciente
E se luto ferozmente
À defesa do atacante
Fico sempre mais distante
Desta pobre realidade
Já que pronto eu estou
De acordar da minha mente
Dormirei daqui pra frente
Abrindo os olhos com vontade
Cegando à luz do mundo inteiro
Descrente da Sociedade
domingo, 7 de novembro de 2010
Mudar Um Desafio
Da possível pedra lisa
Que fará cair sob o vazio
O meu corpo
Se estou no alto sinto frio
Não percebo a delícia
De sentir que me surgiu
Da vida, um sopro
Por este árduo desafio
Espero são continuar de novo
A minha fé não padeceu
Mas mereceu mudar um pouco
O que me aflige é não estar só
E mesmo assim carecer abrigo
Só não quero criar um nó
Num laço tão bonito.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Duas e Meia do Amanhã
Muito fácil de entender
Que não me deixou dormir
Não sei bem se era sonho
Na verdade, quero dizer
Não sei nem se eu sorri
Ou a fantasia me fez crer
Que, no meu sonho, eu vivi
Tão mais feliz ao conhecer
Tão mais sincero ao me iludir
E acordei sobre o vazio
Não entendendo a amplidão
De tanto amor, por que sozinho
Me sinto agora ao meu colchão?
Já foi mais fácil viver a mim
Sem quem firmar elo união
Mas com esse sonho, redescobri
Que o meu desejo é um coração
Capaz de ouvir e me sentir
Sem intuito de me possuir
Mas possuindo minha paixão
Eu acordei e não entendi
Se sorri ou lacrimejei
Porque, de fato, eu mesmo sei
O quanto espero por ser feliz
Com um alguém que eu sempre quis
Mas nunca ao menos encontrei
Agora volto a dormir
Sem medo do que irei sonhar
Pois a emoção que me faz rir, também me faz chorar
E, não que chegue a incomodar,
Mas é tão chato esperar aqui
Por um coração capaz de ouvir, me possuir
Me apaixonar
domingo, 26 de setembro de 2010
Expresso Amigo
Atue às horas em que for feliz
Quando é difícil de agir
Pense naquilo que você sempre quis
Porque é mais fácil refutar
A própria vida quando ela não diz
Os caminhos que lhe fazem procurar
Por um atalho inexistente aqui
Se for mais fácil pra mudar
Prepare tudo antes de olhar as horas
Para não agir sem demora
Para entender o que o aflora
E saber crer no que lhe salva
De todo perigo que, lá fora
Parece doce mas lhe salga
Ou de tão vil já lhe devora
Sem tempo para reagir
Se perde o fruto da saudade
Esquece as mágoas que permutam
Entre a tristeza que lhe dão
E a certeza que lhe roubam
Se ganha o fruto da amizade
Floresce as mãos que lhe ajudam
Bem carregadas de paixão
Capaz de amarem a quem lhe encantam
Com muita dó e piedade.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Braço Amigo
Não pense nunca em esquecer
Todo o bem que já vivemos
Se for difícil entender
Basta ver
Que nós crescemos.
domingo, 19 de setembro de 2010
Flecha Sem Direção
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Cegueira
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Para Os que Têm.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Em Festa de Penetra não entra Convidado (Canção)
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Sono Lento
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Não é
Não é a dor que me disseca
Tampouco o ar que me renova
O que me muda ou me transforma
É a realidade da nova guia
Sou o mesmo de sempre, e não importa
Se há controvérsias do meu estilo
Sou um pouco aqui e um pouco ali
Eu me contorno a qualquer presença
Me faço igual ou diferente
Minha face é máscara de tanta gente
Mas mesmo assim não me comporto
Com o coração sou eu mesmo sempre
Para uns há luz, outros escuridão
Para poucos há raiva, outros paixão
Para muitos há névoa, outros viagens
Para todos há o mesmo, mesmo que pareça invenção
Não é a cor que me rotula
Tampouco a voz que me inova
O que me muda ou me transforma
São as amizades da minha vida