Torno minha sua praticidade
Tão desdenha que me deixas
Sem um colo a que me ponho
Só que incauto me defendo
Ponho firme o meu punho
Dou valor ao próprio sonho
Há tanto tempo que vou tendo
Na cadência da sua ausência
Se disparo à ignorância
Só cultivo a indecência
De aluir sua prepotência
Avidez de sua fragrância
Confusão da indecência
Desamparo à soga instância
Não me atenha sem que haja
Sua esbórnia incoerência
Nem tão julgue de inocência
O abrir da sua naja
Venenosa mentirosa
Poderosa vã demência
Faz viés à incompetência
Lumiada da verdade
Age assim na indolência
Pura e cega da vaidade
Se me queres não me julgue
Só expurgue essa casta
Indigesta iconoclasta
Sós já basta que me sugue
Nos arrasta à coincidência
Hoje faço carnaval
Ao punhal de que me queixas
Bem na ponta das madeixas
Me despeço em vendaval
E me ocluo às suas flechas
Pois me faço de antemão
Não lhe caço sem razão
Só devasso o que é banal
Nesta sua podridão
Neste seu teatro mau
Vá de retro à solidão