domingo, 15 de setembro de 2024

Esquizoide

Esquizoide dor aguda
Faz de mim sua Pompeia
Deixa história ou destrói-a
Me avassala ou põe-se muda
Tal vassala a fazer sala
Na senzala a que encarcera

A mim salva ou põe ressalva
Salvaguarda mal pusera
Cria a tiara da Malévola

Ao meu controle tira ou gera Vem a mim como já vinhas
Me ferindo sobre pérgola

Há de vinho quem me dera Faz-me presa ou põe-me fera
Torça ou fira, aquém me importa

Feroz bata-me à urtiga
Na horta cure-me em arruda Qual da tua foz se define em luta

Mal tão algoz ou sublime culpa?
Atropela a minha voz ou a atrela à garupa?
Paranoia a entortar esta minha fé absoluta

Vê se me esquece, para eu poder prosseguir em paz
Já que jamais conseguirei zerar o findo da minha conduta
Ao menos forneça-me a verdade sem que me importune
Pois absorto jaz eu morto à dor aguda que me pune.