terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Arte em Cárcere


Dou a cara a tapa
Face já tão fraca
De tanto se doar
Nunca sobre capa
Sempre como está

Sou igual à prata
Nobre colocado
Nunca campeão
Não acomodado
Mas sem ambição

A arte, o meu fardo
Faz-me prisioneiro
Torna-me herdeiro
Da livre expressão
Num ser desajustado

Pois sim, eu bem queria
Contudo e todavia
Manter a tradição

Pois sei, o que me guia
Com tudo em toda via
Mantém meu pé no chão

Sou arte em poesia
Só ela anestesia
Meu pobre coração

Sou parte fantasia
Que em torta ironia
Detém-me na prisão

Porém dessa magia
Endosso a heresia
Daqui não saio não