quarta-feira, 22 de junho de 2011
Salvador, a terra do acarajé caro.
Aqui a inflação chegou e decidiu ficar. Parece que encontrou sombra e água fresca. Buzão, litrão, fogão num preço que só paga quem não tem opção. E a galera nem se rebela. Se tá caro, fazer o quê? Aqui o caro é sinônimo de chique e não de prazer. Mas quando você cai fora, meu amigo, percebe que esta cidade não faz sentido. Lá fora é tudo barato, fácil, e a mulher do caixa não cospe no chão. Eu vou-me embora, porque cansei da inflação. Meu bolso não é grande nem pequeno, mas a calça é justa. E essa injustiça de preços abusivos vai continuar para sempre, nesta cidade pouco exigente. E digo mais uma vez, minha gente: posso parecer pobre, pão-duro ou indecente - ao menos não sou ignorante, hipócrita e indolente. Se querem pagar caro, vão na frente. Eu fico aqui mesmo, detrás - e não me lenho! Pois o que feliz me faz não é ter tudo que gosto, e sim gostar de tudo que tenho.
domingo, 29 de maio de 2011
Devaneios de Um Segundo
Não é possível que toda esta maresia engula a minha vontade de crescer. Ninguém me dirá o que preciso para me tornar quem eu quero e posso ser. Se há frutos escondidos nesta árvore de decepção, que eu os encontre e me delicie sob um sabor de motivação. Não houve em sequer algum momento sinal de euforia neste desprezo que me amargura por pura melancolia. Se me entendo, talvez, por gente inocente, sedenta de mudanças, quem dirá quando eu me tornar alguém com quem não me importe a lembrança. Aquilo que sou se estende agora naquilo que penso viver. Mas vivo ainda pobre do que almejo conhecer. Procuro outra luz que ilumine a minha visão, sobre o caminho por qual eu ando sem que me ocorra a indecisão. O importuno que me agrada não se encontra mais em mim. Talvez eu julgue cedo demais o que parece ser o fim. Quem me dera, sinceramente, estar à frente da realidade e conformar-se de repente com a minha sensibilidade em intuir aquilo que me corresponde à precisão: onde estou não há mais frutos que me satisfaçam a digestão. E se houver ali tampouco algo que forneça claridade, me jogo em cima e sonho alto, pois estou à margem da insanidade. Quero, de vez, encontrar a mim bem como sou, sem que o fim me cumprimente, mas que enfim a minha mente esteja sana e consciente do que vier daqui pra frente. Pois meu indiferente coração pede triste por um motivo que me levante da escuridão.
Pede um caminho transparente.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Eu tenho um coração
Despedaçado entre grãos
Que já voaram ou se lançaram
Sob toda a multidão
Eu tenho um coração
Que nem parece de verdade
Deixado à promiscuidade
Se enfraquece por vaidade
Eu tenho um coração
Que não bombeia o meu sangue
Apenas espera que se estanque
Esta minha sede de paixão
Eu tenho um coração
Divido entre mil grãos
Perdidos sob o ar
Que se espalhou à sociedade
Sem me deixar a emoção
De amar
Quem me dera o coração
Voltar ao meu controle
Dizer-me que sou livre
Para você encontrar
E pra sempre lhe mostrar
Que não há sequer um alguém
Mais forte que detém
O meu amor a se fechar
Por você e mais ninguém.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Criação (Música)
Para iluminar o seu dever
Por um momento
Porém nunca será demais
Esse tempo
Por isso jamais
Se conforme em lamento
Pois a ideia virá
Com o vento
E iluminará todo o seu sofrimento
Em paz
A ideia, quem faz realmente
É o nosso pensamento inconsciente.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Humanos Líquidos
O que faz a infância se tornar o principal momento de educação do ser humano é simplesmente a vasta ignorância. Quando sabemos pouco sobre algo sempre estaremos vulneráveis às primeiras ideias oferecidas sobre este algo. Isto é facilmente compreendido quando tomamos como exemplo um cabra do sertão ignorante do contexto urbano que acaba por se assemelhar a uma criança quando frequenta a capital, vulnerável a qualquer explicação simples do que ainda não sabe.
A obviedade desta conclusão se fará clara a medida que abrirmos nossos olhares para os ajustes que fazemos conosco quando acontecem determinadas ocasiões, capazes de moldar o nosso estilo de vida. Mas não se preocupe se pouco perceber tais mudanças, pois, como disse anteriormente, muitas vezes elas são inconscientes e, infelizmente ou não, temos controle apenas de nossos atos, mas não de nosso psiquê.
segunda-feira, 21 de março de 2011
A Nostalgia me fascina
Nostalgia é isso, e um pouco mais. Não é somente aquela boa ou má lembrança, mas também aquela memória vaga de uma peça de quebra-cabeça que lhe faltava. Li alguns textos e alguns falam sobre a sensação nostálgica ser perigosa. Para tal acredito que sim, quando medida sob experiências extremas, como uma perda grandiosa a qual ocasionou um chato sentimento de vazio. Porém, quando medida sob experiências mornas e interessantes, a nostalgia se torna construtiva, nos desenvolve e nos prepara para o que vier pela frente. Até porque, com quebras-cabeça montados podemos definir melhor o que somos, por que viemos e para onde vamos. Através da nostalgia trazemos fontes esquecidas para preencherem o vazio de nosso presente dúbio e completá-lo com informações deixadas em nosso inconsciente.
Memorizar é viver, pois vivemos pelas lembranças. Por mais difícil que possamos compreender, o futuro não existe. Há, em nossas vidas, somente o passado e o presente. O futuro se caracteriza apenas como um plano imaginário. Já o passado se traduz como um fato, uma situação concretizada, este sim é digno de conhecimento, pois como diz o ditado: o futuro a deus pertence (apesar de não acreditá-lo, e, talvez, por isso mesmo acreditar na expressão). E o ponto em que temos a chance de transformar nosso imaginário em concretização é justamente o presente.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, o presente não é um espaço de tempo, e sim um ponto único, sem comprimento. Neste momento em que vou escrevendo as palavras, por exemplo, estou automaticamente levando o ponto do presente a criar uma linha de passado, e ela é contínua (como Cazuza diz: o tempo não pára). Da mesma forma, você que está lendo move o seu ponto presente criando uma linha de pretérito. A questão é que nosso cérebro é incapacitado para guardar sob o consciente toda a extensão desta linha concretizada do passado e, por isso, pega apenas "pedaços" da corda para implantá-lo em nossa consciência. O resto da corda fica embolado, dentro de nossa cabeça, apenas esperando o momento de ser finalmente resgatado para mumificar os nossos atos - e é aí que entra a nostalgia.
A nostalgia, portanto, é um ótimo meio psíquico que temos para laçar cordas esquecidas a fim de amarrar o atual consciente e poder puxar para si a verdade de nosso futuro. É assim que vamos completando o quebra-cabeça e, pouco a pouco, definindo uma imagem a qual nos dirá a resposta de nossa dúvida. Devemos sim pensar no futuro, planejá-lo. Contudo, para planejar o que vem pela frente é preciso compreender o que houve no passado. Antes da expiração sempre haverá a inspiração. E as melhores expirações vêm de um repertório bem inspirado.
O que vos digo, enfim, é base do processo criativo. É a explicação do porque os criativos são, em sua maioria, emotivos: justamente porque são aqueles que buscam inspiração para transformá-la em ideia. São quem busca perguntas antes mesmo de procurar respostas. São simplesmente nostálgicos, porque (uns nem sabem) transformam fios embolados, cheios de nós, em linhas - a partir de laços de memória unidos com os laços do presente. São quem carrega o fardo de lembrar do que não mais existe para dar luz a um novo mundo, seja de si próprio ou de todos outros. São, em sua maioria, diferentes da maioria, pois para eles os hábitos da massa são apenas consequências - o bolo da sociedade é feito de ingredientes, e eles são tais ingredientes. São quem move a humanidade a novas ideias, novos caminhos, novas ideologias.
E é por isso, meus amigos, que a nostalgia me fascina.
terça-feira, 15 de março de 2011
Dois Somos Um (Dois)
Vem ao seu leito entregar-se à paixão
Tal como uma esfera de luz se libera
Novamente ao seu corpo explodindo emoção
A leveza de um livre e límpido beijo
Mostra-se quente por dentro da gente
Quando conhecemos a nossa união
Verdadeira posse do fruto paixão
A certeza de um futuro não precisa ser lida
Pois conforme o destino seguiremos então
Livres em conjunto na fé de estar junto
Sem corda, só ritmo de prazer e gratidão
O apego é forte, mas não combate à posse
O melhor se faz com nossa asa aberta
Hoje lhe pego, lhe vejo e desejo
Um contínuo laço com paz em oferta
Não existe união baseada em diferença
Acaba adquirindo a indiferença incerta
Daí a tristeza corrói falsos sentimentos
Destrói todo o apego do relacionamento
Mas a relação que se faz à base do igual
Será ideal pelo fato da semelhança
Que nos calça de amor, liberdade e esperança
Justo por partilhamos boas lembranças
Sou muito feliz por lhe ter afinal
Igual como eu, só existe você
Que o nosso prazer seja imortal
Porque sempre me encanto ao lhe reconhecer
sexta-feira, 11 de março de 2011
Preste a Saber (Música)
Para entrar na luta
Como se houvesse fim
E o fim dissesse a mim
Que venci
Fecho os olhos pra esquecer
Se à minha frente está você
Quem diria sucumbir
Neste chão frio
Abro a mente pra entender
Se é a gente então pra quê
Dizer que estive aqui
À margem do rio
Preste a saber
Se a dúvida lhe envolver
Estou por si
Como está por mim
Preste a saber
Se a dúvida lhe faz crer
Já resolvi
Lhe explicar o porquê
Não estou aqui
Enquanto muitos olham para cima
Eu só olho pra você.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Sangue Frio
Salgar a morte com desprezo
Enriquecendo sem perdão
Queria ter sangue frio
Para esquecer qualquer desejo
Não chorar com qualquer corte
Selar a dor pela razão
Queria ter sangue frio
Pra não arder o meu lamento
Ao simplório sentimento
de mágoa, pena ou solidão
Queria ter sangue frio
Pra congelar minha emoção
E concentrar-me no vazio
De uma história sem paixão
Queria ter sangue frio
Porque o quente me destrói
Me amargura de rancor
Me enfraquece de amor
Me despedaça o coração.
Não Permita
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Que Seja
O que for leal
Que seja verdade
O óbvio afinal
Que seja uma parte
Pra sempre
Que seja agora
Inocente
Que seja muito
Por tão pouco
Que seja a gente
Simplesmente
De novo.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Pra Quê Palavras?
As palavras nos limitam
São pobres ou muito curtas
São faces nunca desnudas
Da verdadeira expressão
Quando grande é o sentimento
O alfabeto é muito pouco
As frases viram um sufoco
Sem nos dar rumo ou direção
É aí que entra o olhar
O sorriso, o corpo quente
Para dizer que entre a gente
Há muito forte a emoção
Quando os olhos se encontram
E o brilho nos reflete
A verdade se esclarece
Sob a forma de paixão
Quando o sorriso se equipara
Tanto ao meu quanto ao seu
Sabe que se compreendeu
O firme elo desta união
Quando os corpos se encontram
Aquecem juntos frio de saudade
Não se desfazem da liberdade
Tampouco divergem a compaixão
Palavras são poucas demais
Nem sequer focam o meu sentido
Preciso lhe mostrar bem mais preciso
De fato o que sente meu coração
Por isso cruzo olhar contigo
Sorrio, lhe aqueço, lhe desejo
Pois quando grande é o sentimento
Nunca escute o que eu digo
Espere a voz que sai por dentro
Lhe dizer, em seu ouvido
O quanto doce é seu beijo
O quanto é bom cada momento
O quanto é forte a emoção
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Paixão Profissional
Sem que doa o meu refúgio
Do prazer de um sono amado
À delícia da ideia surgida
Significa que sou grato
Ao destino concedido
Pelo fruto já colhido
De um trabalho compensado
Já não fujo deste medo
De sofrer pelo ocorrido
Ao qual senti-me abatido
De perder um tanto cedo
Um futuro planejado
Já não choro sem sentido
Por fracasso surpreendido
Nem por estar pouco mais longe
Do meu destino ontem esculpido
Previamente desenhado
Agora sou mais que desejo
Larguei de mão meu iludido
Sou processo e satisfação
Por um enorme aprendizado
Perdi o infantil da esperança
Porém ganhei educação
De certa forma, o que era criança
Em mim tornou-se superação
Eu agradeço por ter errado
E condenado à perseverança
Pois sei que agora em mim avança
Um sentimento de ter lutado
E compreendido a relevância
Da coerência e da relação
Que agora unidas desde então
Criaram um perfil de liderança
Confirmando a base da minha paixão
De amar minha carreira, e muito obrigado
Mesmo que pese o resultado
Sei que eu já venci
Por ter um maior controle
De tudo que está por vir
Então me sinto relaxado
Mas nem um pouco desleixado
Se perdi músculo noites acordado
Ganhei neurônios eletrificados
Que servirão para dar a luz
A brainstorms mais apurados
E o novo destino eu já propus
Mas nem por isso esperarei sentado
Lutarei sempre para poder crescer
Tornar-me gigante pelo que me conduz
Tornar-me forte pelo carregado
Fazer da sorte somente um agrado
Abusar do corte como a cicatriz
De quem já teve com o que sofrer
Hoje aprendi,
Que só depende de mim,
Fazer acontecer
O que eu havia sonhado.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Acordado De Verdades
Percebo o vão tão agravante
De um sonho transparente
Vivo a fé do militante
Ou a crença do engenheiro
Num navio de cabo armeiro
Vivo a dor da alegria
Piso em mar na rodovia
Me encolho na estante
Não há lúcida utopia
Que me acenda a luz farsante
De uma vida sem veleiro
Que me leve ao consciente
Vivo à flor da meia idade
Mas não digo a muita gente
Meu sintoma da verdade
É o próprio inconsciente
E se luto ferozmente
À defesa do atacante
Fico sempre mais distante
Desta pobre realidade
Já que pronto eu estou
De acordar da minha mente
Dormirei daqui pra frente
Abrindo os olhos com vontade
Cegando à luz do mundo inteiro
Descrente da Sociedade
domingo, 7 de novembro de 2010
Mudar Um Desafio
Da possível pedra lisa
Que fará cair sob o vazio
O meu corpo
Se estou no alto sinto frio
Não percebo a delícia
De sentir que me surgiu
Da vida, um sopro
Por este árduo desafio
Espero são continuar de novo
A minha fé não padeceu
Mas mereceu mudar um pouco
O que me aflige é não estar só
E mesmo assim carecer abrigo
Só não quero criar um nó
Num laço tão bonito.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Duas e Meia do Amanhã
Muito fácil de entender
Que não me deixou dormir
Não sei bem se era sonho
Na verdade, quero dizer
Não sei nem se eu sorri
Ou a fantasia me fez crer
Que, no meu sonho, eu vivi
Tão mais feliz ao conhecer
Tão mais sincero ao me iludir
E acordei sobre o vazio
Não entendendo a amplidão
De tanto amor, por que sozinho
Me sinto agora ao meu colchão?
Já foi mais fácil viver a mim
Sem quem firmar elo união
Mas com esse sonho, redescobri
Que o meu desejo é um coração
Capaz de ouvir e me sentir
Sem intuito de me possuir
Mas possuindo minha paixão
Eu acordei e não entendi
Se sorri ou lacrimejei
Porque, de fato, eu mesmo sei
O quanto espero por ser feliz
Com um alguém que eu sempre quis
Mas nunca ao menos encontrei
Agora volto a dormir
Sem medo do que irei sonhar
Pois a emoção que me faz rir, também me faz chorar
E, não que chegue a incomodar,
Mas é tão chato esperar aqui
Por um coração capaz de ouvir, me possuir
Me apaixonar
domingo, 26 de setembro de 2010
Expresso Amigo
Atue às horas em que for feliz
Quando é difícil de agir
Pense naquilo que você sempre quis
Porque é mais fácil refutar
A própria vida quando ela não diz
Os caminhos que lhe fazem procurar
Por um atalho inexistente aqui
Se for mais fácil pra mudar
Prepare tudo antes de olhar as horas
Para não agir sem demora
Para entender o que o aflora
E saber crer no que lhe salva
De todo perigo que, lá fora
Parece doce mas lhe salga
Ou de tão vil já lhe devora
Sem tempo para reagir
Se perde o fruto da saudade
Esquece as mágoas que permutam
Entre a tristeza que lhe dão
E a certeza que lhe roubam
Se ganha o fruto da amizade
Floresce as mãos que lhe ajudam
Bem carregadas de paixão
Capaz de amarem a quem lhe encantam
Com muita dó e piedade.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Braço Amigo
Não pense nunca em esquecer
Todo o bem que já vivemos
Se for difícil entender
Basta ver
Que nós crescemos.
domingo, 19 de setembro de 2010
Flecha Sem Direção
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Cegueira
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Para Os que Têm.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Em Festa de Penetra não entra Convidado (Canção)
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Sono Lento
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Não é
Não é a dor que me disseca
Tampouco o ar que me renova
O que me muda ou me transforma
É a realidade da nova guia
Sou o mesmo de sempre, e não importa
Se há controvérsias do meu estilo
Sou um pouco aqui e um pouco ali
Eu me contorno a qualquer presença
Me faço igual ou diferente
Minha face é máscara de tanta gente
Mas mesmo assim não me comporto
Com o coração sou eu mesmo sempre
Para uns há luz, outros escuridão
Para poucos há raiva, outros paixão
Para muitos há névoa, outros viagens
Para todos há o mesmo, mesmo que pareça invenção
Não é a cor que me rotula
Tampouco a voz que me inova
O que me muda ou me transforma
São as amizades da minha vida
domingo, 30 de maio de 2010
O Desentendido
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Por Mais Sempre Haverá
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Num, somos Dois
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A Brisa
domingo, 11 de abril de 2010
Não Deixe
Não deixe de seguir seu caminho
Rasgar livros mal escritos
Impedir os gritos do vizinho
Livrar-se do mal sozinho
Não deixe de sentir frio
De sentir o calor do vazio
De esvaziar as águas do rio
De viver por um fio
Não deixe de pensar
De plantar, deixar crescer
Reproduzir e morrer
Não deixe de amar
Não deixe de resolver
Seus piores medos, problemas
Ou deixe para depois resolver
Mas não esqueça-os debaixo da cama
Não perca por esperar
Um novo caminho a trilhar
Não deixe de andar
Enquanto se deixa levar
Pelo ar.
domingo, 4 de abril de 2010
Ando, Sigo
Não sei ao certo
Se há realmente
Uma vida na gente
Capaz de preencher o deserto
Estendo o complexo
Da razão ao desconexo
Do vago ao repleto
De um deserto incompleto
Não entendo o consciente
Me confunde, brinca comigo
Me desentende, finge de amigo
E depois some completamente
Estendo a minha mão para o ar
Em busca de algo encontrar
De algo aparecer
À minha personalidade
Enfrento o coração, tento acelerar
O ritmo do batimento
Só para evitar
Que ele pare em algum momento
Tento conhecer a verdade
De como sopra o vento
Da minha vida
Tento resgatar a saudade
Da minha memória esquecida
Tento dar a face desentendida
Ao prazer
Tento argumentar com uma cor desconhecida
O quanto estou cego pra ver
Apago as chamas do comodismo
E reacendo a fogueira do risco
Pois este estou pronto para correr
Me surpreender
Comigo.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Use o Cinto
quinta-feira, 11 de março de 2010
Deleite do Mesmo
quarta-feira, 10 de março de 2010
Semiologia
Formigas Gigantes
O Negócio
O Dia de Amanhã
Invasões Intergaláticas
quinta-feira, 4 de março de 2010
JR
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Toque Frio
sábado, 23 de janeiro de 2010
Desligamento
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Remi e Hzla
sábado, 5 de dezembro de 2009
Ao Longe de Mim
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Minhalice
domingo, 30 de agosto de 2009
O que seria?
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Ingratidão
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Quando lhe ataca a Emoção
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Sonho esquecido
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
SAL dade
Não têm preço, nem pudor
Para pagar, basta amar
Para vestir, fazer amor
Destes olhos incandescentes
Eu retiro-lhe uma lágrima
Cavando a saudade no interior
Desta relação tão diferente
Eu me apego ao colo quente
Tapando a mágoa no seu frescor
Nem mesmo estas janelas
Da alma pura
Têm o poder da cura
Desta saudade
São estes olhos
Da fruta pura
Que adoçam a amargura
Da oportunidade
Queria eu me conectar à distância
Para novamente sentir a fragância
Do seu perfume corporal
Do seu sabor
Queria ter pernas mais longas
Para correr por estradas
E novamente beijar
O meu amor
Queria voar sem nem ter asas
Para re-colorir o arco-íris
Que a saudade descoloriu
O fazendo incolor
Quem sabe a lembrança seja um caminho
Para que eu aguente sozinho
Toda esta dor
Talvez nem precise do seu carinho
Pelo menos enquanto me distancio
Por somente lembrar do repousar em seu ninho
Acalentado por sua beleza
Afogado por quem me apaixonou
Mesmo assim espero muito a sua chegada
Não suportarei, só, esta saudade
Quero ver de novo a sua verdade
Em seus olhos brilhantes
Quero abraçar de novo
Esta reciprocidade
E voltar como era antes
Diz pra mim
Que está perto
O seu colo aconchegante.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Introdução à Poesia Social
Fato é que mais da metade de nossos impostos pagos vão para grandes empresas e corporações e voltam para nós com mais taxas e mais impostos. Ou seja, pagamos para pagarmos de novo. Instituições que deviam ser beneficiadas com grande parte de nossos impostos têm suas verbas desviadas ou simplesmente mal administradas. Isto tudo é fruto de um paradoxo que gera a contradição de objetivos entre governo-mercado-população. Enquanto que serviços básicos humanos deviam ter o objetivo de educar (ensino), deslocar (transporte) e alimentar (cesta básica), eles estão sendo substituídos - na verdade JÁ foram substituídos - pelo objetivo mercadológico empresarial que se importa com somente o fluxo de capital.
Este é o preço que pagamos por tentarmos transformar o social em capital. Mas não digo que tudo deve ser desenvolvido socialmente. O capital é NECESSÁRIO (principalmente por sua concorrência) para a evolução da qualidade e teconologia de vários setores como engenharia e saúde. O ideal é que tudo se equilibre, que os objetivos capitais sejam base em instituições capitais (empresas de telecomunicações, aparelhos eletrônicos, saúde, móveis etc) e que os objetivos sociais sejam base em instituições de desenvolvimento social (ensino, transporte, alimentação e moradia).
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Vozes mudas
As verdades das mentiras
Sentindo à pele o vão das iras
Confortando-se ao sofá
Seria hipócrita o idealista
Que, de costas, proclama
E, de frente, reclama
Para a tela de um computador?
Seria ideal uma hipocrisia
Que, de costas, cria capital
E, de frente, declama um ideal
À posse da rosa vermelha incolor?
É triste acreditar no jornal
E seguir a voz de um genial
Somente copiar as cordas vocais
Destruir pensamentos originais
Ninguém dirá que há violência
Se vossa excelência emissora
Não proclamar com insistência
O carrasco da masmorra
Há preguiça em todos
Para ativar a voz escondida
Que já se faz de muda
Na paixão ferida
Da orelha surda
De tanto ouvir na vida
A mentira de notícias absurdas
E a verdade de notícias suspendidas
O povo grita da dor de ouvido
O povo grita da dor de ouvido
O povo grita
A dor de ouvido aumenta
A cada grito
Mas o povo grita
A dor aumenta
O povo grita
E nem ao menos tenta
Calar a boca
Desligar a tevê
Esperar conhecer
Para depois agir
E então planejar
Um objetivo a seguir
Sem precisar idealizar
Mas sim garantir
A mudança que irá
Fazer a dor sumir
E o ouvido sarar
Para poder SE ouvir.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
O Ano me Contou
O ano passa, mas cadê as glórias?
O ano passa, mas guerra não some
O ano passado me contou histórias...
O ano passado me contou
Que um simples crime comum
Pode se tornar a única notícia em todo o país
Triste jornalismo brasileiro infeliz.
O ano passado me contou
Que a prefeitura investe na propaganda
Muito mais do que na cultura e educação
Triste governo de imagem (sem) ação
O ano passado me contou
Que a esquerda ficou rouca ao entrar no poder
Porquê gritara muito antes de vencer
Triste paradoxo implícito na tevê.
E agora vem o ano novo
Cheio de esperança, paz e alegria
Não falta amor, prazer e harmonia
Mas falta realidade no meio desta euforia
Não se prenda em um apertado cinto
Não se deixe levar pelo que ouve
Pois o ouvido é SOMENTE um sentido
Não se esqueça que existem cinco
Que podem lhe explicar o que realmente houve
No jornalismo infelizmente extinto.
Seja sempre o próprio Deus
Não se ajoelhe e reze por desejos
Não espere por uma estrela cadente
Pois ela só brilha na sua mente.
Ande, não fique aí somente
Conquiste o sonho com seu suor
Enfrente a guerra com muito amor
Pois assim estará sorrindo para um ano melhor
O segredo do feliz ano novo
É calçar um novo sapato brilhante
E nunca deixar de lado
Aquele sapato velho sufocante
Mas sim consertá-lo e lustrá-lo novamente
Para que além do calçado novo
Você possa ter uma oportunidade diferente
De calçar novamente
Aquele sapato que sempre brilhou intensamente.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Estrela Cadente
Da estrela cadente
Que cai à lua nascente
Transformando meia-bocas em um sorriso transparente
Mas não há, realmente
Uma teoria concreta
Para explicar o porquê
A estrela apenas passa
Brilha, cai e some
Cria esperança à dor escassa
Mas não mata fome do prazer
De fato, não há como progredir
A esperança cria a escada do sucesso
Mas sem acreditar e confiar em si
Não tem como subir e sentir o progresso
Muitos tentam se iludir
Com uma sorte que promete chegar
Então uma estrela cadente vem surgir
Para, sem querer, a situação piorar
Ninguém tenta
Ninguém enfrenta
Só deixam-se levar
E aguardar a sorte
Ninguém pensa
Ninguém agüenta
Só querem se esquentar
No colo de alguém mais forte
Estrela cadente só brilha por beleza
Não há, de fato, um poder na natureza
Capaz de realizar sonhos de quem deseja
Sonhos só tornam-se realidades
Quando são alcançados com vontade
E refrescados pelo suor da intensidade
Deve-se continuar andando, seguindo seu caminho
Correr é andar mais passos sem pensar
Chega-se mais rápido, porém tende a tropeçar
E o tropeço vem para lhe deixar caído, sozinho
Ande, em passos largos e resistentes
Pois quem pára é indiferente
Às perspectivas ao seu redor
Ande, continue seguindo seu caminho sempre
Pois quem corre é inconsciente
Às estratégias de um pensar melhor
Ande, não fique aí somente
Conquiste o sonho com seu suor
Enfrente a guerra com muito amor
Pois assim estará sorrindo para uma vida melhor
Enquanto os outros continuam à espera
De uma estrela cadente chegar à terra
E sumir por brilhar menos intensamente
Do que a verdadeira Lua que nos guia à frente.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Febre do Apaixonado
Corpo relaxa e agita felizmente
Com euforia e emoção, eu sei
Que sou feliz novamente
Por ter alguém para chorar
E viver à frente da união
Para com o dedo poder secar
As lágrimas quentes da paixão
Renovado eu sinto-me inteiro
E sento-me à cama satisfeito
Por completo sei que estou perfeito
Por amor me deito livre no seu leito
Protejo-lhe com as minhas palavras
Acolho-lhe com meus abraços
Sinto-lhe desejar-me
Protege-me com sua alma
Acolhe-me com seus amassos
Sinto-me desejar-lhe
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Febre do Solitário
Carente em meus desejos
Mas satisfeito pelo recebido
Inicio um novo diário vivido
Sinto a dor da dúvida
Do que ocorreu não tenho certeza
Este sentimento me corrói
Trocando a felicidade pela tristeza
Confio demais para desconfiar
Mas desconfio que está faltando
Algo para o quebra-cabeça completar
Suspiro demais para deixar pra lá
Preciso conter minha respiração
E me libertar dessa união
Entre a solidão e o irritar
Seria mais fácil eu
Esquecer de quem já me esqueceu
E seguir por onde puder andar
Por onde souber correr
E por onde me apaixonar.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Senti (música)
Pois eu tenho medo de me apaixonar
Sempre que te vejo me perco de emoção
Só tenho um desejo: conquistar o seu coração
Mas sempre que tento fugir
Me apego mais então
Nem tudo que eu quero consigo
Mas não será em vão
Se eu puder continuar a nossa história
Juro que haverá muita coisa pra contar
O tempo não espera, mas passa devagar
Sempre que beijo sua boca, não consigo parar
Eu não vou desistir, não
Seguirei o caminho dessa paixão
Quando estou perto de ti, perco o chão
Quando estou perto de ti, perco o chão
Senti que não posso viver sem ti
Senti que não posso viver sem ti
Senti que não posso viver sem ti
Sem ti não posso viver, senti.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Reflexão Instantânea
Mas não sei de onde vêm
Eu caminho passos lentos
Para aguentar meu peso além
Esperei um minuto de minha vida
Atravessando a dor da lembrança
Parado ao vento, sem esperança
Parado no tempo, desde criança
Escrevi diversas palavras sem nexo
Desenhei na areia para sumirem
Recriei em terra o azul do mar anil
Depois escrevi na pedra para fincar
E ao reler me senti perplexo
Com tal maturidade infantil
Eu tive a certeza de um futuro
Como se conhecesse o tudo além do muro
Eu nunca me liguei de verdade ao agora
Eu criei uma destreza em sussurro
Como se assobiasse o tudo como um mudo
Eu nunca me peguei olhando as horas
Hoje me pego sensível ao redor do mundo
Mesmo no melhor dos sentimentos eu choro agudo
Eu choro agudo.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Culpa e Suicídio
Escreveu seu nome num casco
Salientando sua história de vida
E então desceu o penhasco
Desceu tão rápido e forte
Como se estivesse caindo
Desceu tão veloz o monte
Enquanto seu pensamento ia sumindo
Caiu numa estrada ao longe
Percebeu no braço um corte
Rasgou em si a própria memória
Tatuou no rasgo a imagem da sorte
Mesmo tendo esperanças
Ele parou ao meio da estrada
Pedindo morte
Vindo um caminhão, abriu os braços
Tal estrutura que não era seu porte
Levou um trombo e ficou em pedaços
Justamente por suas lembranças
Ele parou no meio da estrada
Pedindo que o nada
Venha lhe buscar
Foi-se mais um indivíduo ao além
O que aconteceu ninguém sabe
Mas foi numa noite calada
Que ele aprendeu a matar
Matou a si mesmo e virou assassino
Do próprio amar
Viveu a si mesmo e tornou-se egoísta
Com seu familiar
Ninguém merece, no suicídio, manter a culpa
De um outro alguém
A quem, com desdém
Jogou-se pro ar
domingo, 26 de outubro de 2008
Terráqueos
São quem a verdade constrói sob gélido frio
E não espera alimentar aquele, certeza,
Que está (pura avareza) tão distante
Do vazio
Estas pessoas procuram moeda no ar
Se enrijecem ao sentir na rua
Que passaram rente a uma criança nua
E esqueceram (?) de olhar
Tais pessoas preferem não argumentar
Com indivíduos baixa renda
Pois sentem a dor de uma encomenda
Sem correio a colocar
Mas nem por isso saem andando
Param à frente e olham por cima
Levantam o papo e erguem a crina
Para mostrar um ângulo diferente
De demente
São estas pessoas que preferem não dizer o nome
Fingem haver uma solidariedade interna
Mas então depois de visitarem a 'guerra'
Logo o prazer da humildade some
São donos de terra
Que amam o que come
São o lado contrário da serra
E o lado errado da fome
Violão (música)
Em um desconexo
A alma jovem se complica
Nas noites de sexo
A lua morna
Se esquenta
E orienta
Quem namora
Tudo o que avançou
É magia
Da pureza
Da ciência
Tudo se transformou
Na folia
Da tristeza
E da clemência
A vida tão esperta
Tão nua e tão deserta
Cria sombras que calam o infinito
Do sol mais bonito
O desejo de quem apaga as velas de aniversário
É algo secreto
E o olho de quem vive mais um ano à frente
Se fecha e espera ser atendido
O beijo que eu roubei dela
Foi falsário e discreto
E o molho que dá sabor à minha mente
Seca a minha cabeça quente
No inferno
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Geração
Como se o o tempo parasse
A velocidade se torna um disfarce
Dos segundos que se laçam
Nada é tão veloz quanto o pensamento
Nem tão lento
Os enamorados vivem como um só
Prendem-se um ao outro
Como se prende um nó
Mas nem sequer passa um mês
E esquecem de vez
O sentido do casamento
Os jovens alados vivem como
Se nunca fossem morrer
Fincam-se num conceito ilusionário
É como se esquecer de quem és
Olhando ao espelho o próprio disfarce
Sem um sentido passado que o realce
Os velhos casados vivem como
Se estivessem à espera da morte
Fingem esquecer da sorte e do prazer
De deliciar-se com mais um ano de velejo
Fingem não ter mais forças para sonhar
Mas se surpreendem com o último beijo
Ninguém se prepara para amar
Mas vivem a espera do desejo
De encontrar alguém para se prender
Ninguém sabe ao certo o que é estar
Ao lado e tão perto do seu bem querer
Mas tão longe e deserto do próprio conhecer
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Não Me Deixe Aqui (música)
Na ilusão do falso verdadeiro
Querendo encontrar um destino
Que me ame por inteiro
A minha alma envelhece
E meu coração continua quebrado
Teria eu mais outro possível amor
Que termine errado?
A lua se desfaz na escuridão
E eu a procuro numa imensidão
As sombras se tornam luzes
E a luz se esvai sob o chão
Me segure agora
Não me deixe cair
O vai e vém da nossa crise vai nos atingir
Não me importa a hora
Não me deixe sozinho aqui
Fique comigo até a lua sucumbir
O prazer se torna algo invisível
Como uma utopia da realidade
Eu ainda espero encontrar um você
Que entenda o meu bem-querer
Me segure agora
Não me deixe cair
O vai e vém da nossa crise vai nos atingir
Não me importa a hora
Não me deixe sozinho aqui
Fique comigo até a lua sucumbir
Eu ainda espero transformar a utopia
Numa verdade em que eu possa ver
Sem sofrer
sábado, 13 de setembro de 2008
O Nada Pra Fazer
Num inverno tão quente
Uma estrada vazia
Dormente
Casebre e madeira são
a arte do marasmo
Um simples eixo
Desleixo
Família pobre e luz fraca
Num verão chuvoso
Leitão à faca
Saboroso
Poesia e tédio combinam
Mas não se completam
Os versos nem sequer rimam
Espontaneidade,
palavra difícil de falar,
É a desculpa de toda verdade
É a verdade que vem se desculpar.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Em Vão
Prendem o meu coração
A luz que brilha dos seus olhos
São como estrelas na escuridão
A verdade é que sofro por não ter
O seu beijo, sua paixão
E tento não enlouquecer
Por saber que é em vão
Todo o meu amor por você
Não passa de uma ilusão
Um sonho surreal
Todo o arco-íris do querer
Não têm mais cor
Se tornou vagal
A nossa relação se desfaz
Como areia de praia
Toda a emoção jaz
Numa utopia de falha
Nunca alguém me olhou tão triste
Ao espelho
Não sabia eu que podia estar tão morto
Na vida
Sempre tive chances de consertar
Meu coração
Não sabia eu que toda tentativa
Era em vão
Não temia a dor da ilusão
Agora temo a saudade
E me afogo num mar de solidão
Não queria essa vida
Agora tenho de conviver
Com os retalhos de minha paixão
A cada momento desta agonia
Me perco ao solo sem um chão
Que sustente as falhas da utopia
E devolva a minha antiga emoção
Não me contento
Não me contento em continuar
Não me sustento
Nem mesmo tenho chances de voar
Não me aguento
Não aguento mais o meu chorar
As lágrimas que descem dos meus olhos
Pesam tanto quanto pesava o seu amar
Não há solução
Para a solidão
Não há e nem haverá
Uma paixão
Amar você foi como pescar
Num deserto
Foi um sonho acordado
Um apelo discreto sem voz
Foi um mal armado, errado e veloz
Um caos amado, lento e correto
Uma ilusão ao longe
E ao mesmo tempo
Tão perto
Minha alma finge ser completa
Mas está em plena destruição
A verdade cada vez mais aperta
Meu coração
Minha sina hoje é viver
Sem sonhos, sem calor
Pois o arco-íris do querer
Está incolor
Eu sobrevivi à mais cruel dor
Mas morri de solidão
Eu não perdi só a tua paixão
Perdi o teu amor.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Sonho Final
quarta-feira, 23 de julho de 2008
O Menino
Tanto dorme que esquece de acordar
Vivia preso à maresia
E agora ao leito frio vem cochilar
O que será da armação desse menino
Se desde pequeno senta beira-mar
Canta o sono e vem sonhar
Pesca e dorme sem peixe catar
O que será da criação desse menino
Se nasceu sem voz nem zuvido
Nem o mais fino do zumbido
Há de ouvir ou de falar
O que será desse menino?
O que será?
Já muita gente veio a lhe visitar
Oferecendo erva-doce e vatapá
Queriam todos que o menino fosse
voltá'falar
Mas nem se zuvia um sequer zumbido
Por isso foi-se pouco querido
Ninguém lhe soube amar
Sem amor o menino chorou grunhindo
Mas nem mesmo lágrimas vinham a lhe molhar
Queria a Deus só um pedido:
Me dê voz e ouvido, quero poder falar
Por ironia do destino
Passou uma estrela negra no céu
E, atendendo ao seu pedido,
Deus lhe respondeu:
Levanta-te menino
Pois dormiste à vida inteira
E, deitado, não há como falar
Levanta-te e abrirei tua voz
Pois só há cordas vocais
Em quem acorda os pés
Anda, cria teu caminho
Faz teu próprio ninho
Então num brusco levantar
O menino pôs se a andar
E andou tanto,
que esqueceu de falar
Correu pelas corredeiras
Correu sob o mar
Cavalgou ao próprio quadril
E aprendeu a amar
A amar a si mesmo
Pois não basta ter voz para falar
Nem mesmo pernas para andar
Basta seguir o seu caminho
Sem medo de cair
Esta foi a história do menino
Que tinha medo de acordar
Mas por mudança do destino
Hoje tem medo de dormir
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Sombras Das Estrelas
Que não são
Eles se tornam outra gente
Por pressão
Da cultura pop que atinge
O coração
Eles se fincam no que brilha
Eles só brilham por reflexão
Porque fazem jus à uma imagem
Que não são
Eles são plásticos de imagem
São cópias da verdade falsa
São falsos verdadeiros
São os últimos dos primeiros
Eles se baseam no que predomina
Eles só predominam um baseado
Porque fazem jus ao seu amado
Ídolo
Eles adoram ler livros feitos
Mas não aprendem nada
Eles criam redações colegiais
Apenas por nota
Não fazem jus às suas palavras
Mudam a rota
Dos próprios conceitos
E continuam escondendo os defeitos
Eles se dizem originais
Poupados na marca do pós-conceito
Eles nem mesmo conhecem direito
O valor das ideologias reais
Eles sentem necessidade
Por viver à sombra da ilusão
Bloqueando qualquer passagem
Da verdade
Eles se baseiam na virtualidade
Eles só brilham por reflexão
Porque fazem jus à uma imagem
Que não são
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Te Conhecer Novamente
Me sinto livre, leve, feliz
Queria lhe ver só mais uma vez
Queria te conhecer de novo
Minha vida é mais aberta com teu sorriso
Estou feliz sempre contigo
O som da sua voz me avisa um amor
Queria lhe ver só mais uma vez
Queria te conhecer de novo, por favor
Minha vida é sempre uma alegria
Quando estou perto dos seus olhos
Sinto a doçura da calmaria
Quando lhe colo aos meus braços
Sinto a doçura da ventania
Quando lhe abraço
Queria viver novamente o seu espaço
Só mais uma vez
Queria te conhecer novamente
Queria me encantar pessoalmente
Com o teu sorriso em minha frente
Com o teu corpo liso e quente
Queria viver de novo
Só com a gente
Quando durmo, sonho diferente
Tenho medo dos pesadelos
Fico sempre mais contente
Ao alisar os seus cabelos
Quando acordo, me sinto ausente
Tenho medo do para sempre
Fico pensando na dura dor
De saber que já não me apaixono pelo seu amor
Queria tanto, mudar meu coração
Sentir de novo a sua paixão
Mas já não tenho aquele ardente desejo
Do seu beijo
Por isso queria te conhecer de novo
Como se nada tivesse acontecido
E viver simplesmente como um amigo
E viver somente como amigo
Pois estou sempre feliz contigo
terça-feira, 22 de abril de 2008
Temporal
O tempo muda a gente
O tempo não se prende
Ao pessoal
O tempo é originalmente
Imortal
Termina o temporal
Mas o tempo não tem fim
Ninguém independe
Do tempo
As horas passam e eu só lamento
As horas passam
Tão como o tempo
Ninguém se prende ao vento
O tempo leva as folhas
O tempo lava as ruas
Do presente
Ninguém entende
O tempo não é gente
Mas é consciente
Os olhos são as janelas
Da mente
O tempo não mente
O tempo passa
Todo mundo sente
O tempo se espalha nas noites nuas
Como vento
O tempo leva as folhas e lava as ruas
Do presente
O tempo não é gente
O tempo não é a gente
O tempo é agente
O tempo é consciente
domingo, 13 de abril de 2008
O que é Paixão
Do real
Paixão é o que seduz
Ao natural
Paixão é a pouca luz
Ideal
Paixão é quem faz jus
Ao temporal
Por isso eu prefiro a liberdade
De poder sentir
Quem eu quero, quando quero
Enfim, sorrir
Pra quem desejo, com meu beijo
Pois há em mim
A esperança da confiança
Em quem não segue o fim
Queria
A porta do saber
Queria esquecer
Que sou visto
Queria emendar
Todo o meu viver
Pra assim entender
O infinito
Queria me jogar
Ao colo do meu ser
Para me fazer crêr
Que existo
sábado, 5 de abril de 2008
Vai e Vem (música)
Eu me completo
Eu me disperso
Eu, mim, deserto
É de alegria que eu mando meu amor
Eu me estudo
Eu me escudo
Eu, mim, surdo
É de euforia que eu mando minha sorte
Eu me esqueço
Eu me desejo
Eu, mim, forte
É de folia que eu mando o meu peito
Eu me nego
Eu me apego
Eu, mim, Ego!
É em você que eu penso todo dia
E me descubro pensando em harmonia
Do nosso corpo
Da nossa alma
Tou absorto
Por tua calma
Me vejo morto
De paixão
No seu conforto
Nossa união
É com certeza que não há mais beleza tão bela
Quanto a sua natureza
É de verdade a minha saudade que hoje bate
Procurando a sua pureza
E é de mentira a minha solidão
Eu me atiro sob a felicidade
A minha vida é pura liberdade
E é por isso que eu canto esta canção
Vai amor, vem paixão, me trata com carinho
Eu sou o teu destino
A tua emoção
Vai amor, vem paixão, me pega com jeitinho
Me enche de palavras
Me manda um cartão
Vai amor, vem paixão, me deixa coladinho
Me leva ao seu ninho
Ao teu coração
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Verdade Ilusória
Quando as cicatrizes abrem cada vez mais
A restauração da mente se torna impossível
Quando o inconsciente mistura guerra com paz
Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais
O ilusório se torna presente
Quando o sonho se instala na mente
O sóbrio não existe no dicionário da gente
O sóbrio não sente
Quando uma faca rasga a pele
A cicatriz não se dissolve ao tempo
Ela permanece e nunca sai
A dor passa mas a marca não se vai
Os olhos são as janelas da alma
O tempo é anestesia do consciente
Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais
O sonhos se abrem ao infinito
Ninguém escolhe um sonho bonito
Eles vêm como obrigação do destino
Tomam o corpo e a mente
Sonhos não mentem
Sonhos só são misturas do passado
Com as verdades do presente
E os desejos do futuro
Olhos não sentem
Apenas observam o teatro
Não sabem o que é frio, ou quente
Nem mesmo se é macio, ou duro
Olhos apenas observam o teatro
Mostram-nos a verdade concreta
A razão
Sonhos teimam em nos fundir ao irreal
Mostram a saudade incerta
Ilusão
Ninguém aceita a verdade, jamais
Ninguém pede pra chorar mais
Sonhos misturam Guerra com Paz.